segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Quarto de Despejo - Livro

A redação do Enem já aconteceu, mais um motivo para continuar se preparando caso não seja aprovado... Como? Lendo, lendo e lendo...  O livro Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus está  entre os dez mais vendidos de 2017, então vamos conhecer essa joia da literatura moderna.

"Alguns escritores já escreveram sobre o cotidiano miserável das favelas, mas a grande maioria o fez de uma perspectiva de fora, isto é, sem viver, de fato em uma favela. Em Quarto de despejo temos uma perspectiva diferente: quem escreve é alguém que viveu na favela: a perspectiva é de Carolina Maria de Jesus, moradora da, agora, antiga favela do Canindé de São Paulo¹, uma catadora de papel e de outras sucatas, uma mulher negra, pobre, mãe, escritora e favelada.


O diário foi escrito na década de 1950 e conta a dura realidade dos favelados de Canindé e dos seus costumes. Trata-se de um diário relata e denuncia a violência, miséria e fome – bem como a dificuldade para se ter o que comer.


E como Carolina foi descoberta? O jornalista Audálio Dantas foi encarregado de escrever uma matéria sobre uma favela que vinha se expandindo próxima a beira do Rio Tietê, no bairro do Canindé. Em meio a todo rebuliço da favela, Dantas conheceu Carolina e percebeu que ela tinha muito a dizer, e logo desistiu de escrever a matéria.

A negra Carolina escreveu a (sua) história da favela em 20 cadernos encardidos, cadernos que ela encontrou em meio às suas andanças em busca de sustento para seus três filhos: João José, José Carlos e Vera Eunice. Como o próprio jornalista declara: “repórter nenhum, escritor nenhum poderia escrever melhor aquela história – a visão de dentro da favela”.


O livro conserva a escrita de Carolina, sua sintaxe, seu discurso. Audálio Dantas apenas alterou algumas vírgulas e palavras que seriam incompreensíveis aos leitores, também cortou excesso de repetições de certas situações, assim a leitura do diário não se torna exaustiva.


Quarto de despejo é atemporal. Os anos se passaram, mas a situação de quem ainda vive nas favelas e na miséria ainda é muito semelhante à situação de Carolina décadas atrás. Além disso, o livro foi traduzido para 13 línguas, sendo referência para os estudos sociais e culturais brasileiros."

Nenhum comentário:

Postar um comentário