segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

E a Noite do Oscar foi das Mulheres e dos Negros

A cerimônia do Oscar que aconteceu ontem (24/2), contemplou a diversidade não só entre os vencedores, mas também entre os vários apresentadores que se revezaram durante o decorrer da premiação.

O Oscar 2019 entrou para a história ao entregar 7 estatuetas para profissionais negros e 15 para profissionais mulheres. Em 2016, cinco negros levaram o Oscar. As melhores marcas anteriores das mulheres eram de 2007 e 2015, com 12 estatuetas em cada ano.


Além dos discursos o ponto alto da cerimônia foi quando Jason Momoa e Helen Mirren com looks deslumbrantes, os dois fizeram menção à forma negativa de relacionar cores a gêneros, o que rendeu aplausos do público presente. “Os tempos mudaram! Uma inglesa e um havaiano podem usar rosa”, disseram os apresentadores. Aproveitando para reforçar a igualdade, um tema repleto de tabus na sociedade atual.

E convenhamos, nosso Aquaman é lindo em qualquer cor de roupa ou até mesmo sem elas...


"Três anos após Spike Lee iniciar uma onda de boicote ao Oscar, uma das grandes premiações cinematográficas estadunidenses, pela falta de representatividade na premiação, o diretor volta à cena fazendo história.

Spike Lee foi vencedor na categoria Roteiro Adaptado por seu último filme lançado chamado Infiltrado na Klan, que conta a história do policial Ron Stallworth que, em 1978, conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan no estado de Colorado (EUA).

Em seu discurso no Oscar 2019, Spike Lee celebrou sua ancestralidade e sua história:

“A palavra hoje é ironia. Hoje é 24 de fevereiro, o mês mais curto do ano. Também é o mês do ano da história negra. 1619... Há 400 anos nós fomos sequestrados da África e trazidos para a Virginia, escravizados. A minha avó, que viveu até 100 anos de idade, apesar de sua mãe ter sido escrava, conseguiu se formar. Ela viveu anos com seu seguro social, e conseguiu me levar para a universidade NYU. Diante do mundo, eu gostaria de reverenciar os ancestrais que construíram esse país, e também os que sofreram genocídios. Os ancestrais que vão ajudar a voltarmos a ganhar nossa humanidade. As eleições de 2020 estão chegando, vamos pensar nisso. Vamos nos mobilizar, estar do lado certo da história. É uma escolha moral. Do amor sobre ódio. Vamos fazer a coisa certa”.
A noite também foi importante pelo recorde de maior número de prêmios para profissionais negros em toda história da premiação, rotineiramente criticada pela falta de representatividade e racismo nas produções.

Foram sete estatuetas ao todo: Regina King (atriz coadjuvante por "Se a rua Beale falasse"), Mahershala Ali (ator coadjuvante por "Green Book: O Guia"), Kevin Willmott (roteiro adaptado por "Infiltrado na Klan”), Peter Ramsey (animação por "Homem-Aranha no Aranhaverso") e a premiação de Spike Lee.

Celebrado no mundo todo, o filme Pantera Negra também premiou dois profissionais negros: Hannah Beachler, em direção de arte, e Ruth Carter por figurino. O longa metragem garantiu os primeiros Oscars da Marvel Studios, levando também a estatueta de Melhor Trilha Sonora.

O filme "Green Book: O Guia", que relata a amizade entre um motorista racista e um músico negro, venceu como Melhor Filme.


No lado das mulheres as vencedoras foram: 
  • Ruth Carter, figurino por “Pantera Negra”
  • Elizabeth Chai Vasarhelyi e Shannon Dill, documentário por “Free Solo”
  • Rayka Zehtabchi e Melissa Berton, documentário curta-metragem por “Absorvendo Tabu”
  • Kate Biscoe e Patricia DeHaney, maquiagem por “Vice”
  • Hannah Beachler, direção de arte por “Pantera Negra”)
  • Domee Shi eBecky Neiman-Cobb, curta de animação por “Bao”
  • Jaime Ray Newman, curta por “Skin”
  • Nina Hartstone, edição de som por “Bohemian Rhapsody”
  • Lady Gaga, canção original por “Shallow” de “Nasce uma estrela”


Nenhum comentário:

Postar um comentário