"A população cuiabana não perdia, a Praça de Touro que
primeiramente era no Jardim Alencastro, depois transferindo-se para o
Jardim Ipiranga e em 1876 para o Campo d' Ourique, ou Praça do Alegre,
hoje Praça Moreira Cabral.
As touradas foram trazidas para Mato Grosso
pelos portugueses logo após a elevação de Cuiabá a condição de vila em
1727, compondo com outras atividades o calendário de festas profanas e
religiosas da Vila do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, ocorriam no fechamento
da Festa do Senhor Divino, estendiam-se durante três e as vezes quatro
tardes.
Nas Touradas cuiabanas, não se podia matar o touro, diferente
das Touradas Espanholas, que os toureiros matam-os com uma espada.
Aconteciam dentro de uma arena que era construída muitos dias antes, era
muito ampla, possuía a forma retangular, contornando a Praça, onde as
manifestações ocorriam, as arquibancadas ou camarotes eram montados em
meio ao espaço verde do Campo d'Ourique, com a colaboração das famílias
empenhadas em fazer do seu o mais elegante, e, do evento, dia
inesquecível.
Por falta de empresas que incumbisse de tal trabalho, toda
a montagem da “praça de touros” era partilhada. Mesas e cadeiras,
emprestadas de residências e bares, ocupavam os
enormes alpendres de madeira erguidos a uns 2 metros do chão.
Antes de
começar, havia um desfile de toureiros, e após, a banda de música tocava
o hino do Divino.
Dentro da arena ficavam apenas o toureador (figura
máxima do espetáculo) e o jacuba (espécie de secretário do toureador),
que percorria à cavalo, junto a assistência, oferecendo as sortes a quem
se interessasse em comprá-las, as sortes eram as manobras executadas
pelo toureador, para enganar o touro ou para cravar-lhe o ferrão.
Feito
isso jacuba recolhia o dinheiro. O fornecimento dos bois utilizados no
espetáculos era garantido pela criação de gado que se desenvolveu na
região.
A última Tourada ocorreu em 1929 quando a sociedade protetora
de animais, interferiu para impedir, que esse evento continuasse em
vigência, alegando maus tratos aos touros."
Praça Ipiranga
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