"Definitivamente, Sherlock não segue nenhum dos padrões estabelecidos pela tv americana. A primeira e segunda temporadas possuem apenas três episódios cada uma, com duração de uma hora e meia, ao contrário dos seriados de 40 minutos americanos. São praticamente três telefilmes que juntos formam uma história maior.
O maior atrativo da série, porém, é trazer a grande criação de Arthur Conan Doyle para os dias atuais. E os criadores e roteiristas da atração fazem isso com uma competência incrível, mostrando como um detetive do nível de Sherlock Holmes usaria toda a tecnologia que temos disponível atualmente, como a internet e os smartphones. A série ainda apresenta sacadas geniais, conseguindo até mesmo encaixar o clássico chapéu de Holmes nesse contexto moderno, de modo que não pareça forçado.
Quando começamos a assistir ao seriado fica até um pouco difícil acompanhar todas as informações que são jogadas na nossa cara. Holmes fala sempre com extrema velocidade quando faz suas explicações sobre dedução, enquanto vão pipocando na tela várias coisas escritas para mostrar graficamente o que o detetive está falando. E para nós brasileiros ainda existem as legendas para serem acompanhadas. Mas caso se sinta perdido e ache que não está conseguindo entender nada, não se preocupe, pois isso faz parte da série já que o dr. Watson passa metade do tempo sem entender nada do que seu grande amigo explica. Não demora para que o expectador se acostume com o ritmo da série e comece a se empolgar com cada mistério solucionado pelos dois parceiros.
O ritmo de Sherlock
é frenético, sempre com mistérios que precisam ser resolvidos com
urgência, afinal, a polícia só pede a ajuda de Holmes quando está
realmente desesperada. Quando o detetive consegue solucionar uma pista,
logo surgem outros tantos mistérios que fazem com que a dupla de
investigadores não pare nunca. E o melhor é que, apesar de parecerem
casos isolados, ao final de cada temporada percebemos que cada coisa
investigada por Sherlock ao longo dos três episódios fazia parte de uma
trama maior.
Além
disso, a amizade entre Holmes e Watson é muito bem trabalhada, com o
médico sempre desconfiando das excentricidades de Holmes. E quando
achamos que a amizade dos dois já está bem estabelecida, os roteiristas
surgem com alguma coisa que nos faz desconfiar de que algo não está
certo. E falando na amizade dos dois, é extremamente engraçado quando
aparece algum personagem achando que eles são um casal gay. No começo,
Watson se mostra bastante irritado (enquanto Sherlock não está nem aí),
mas não demora para que ele não dê a mínima para os comentários,
colocando a amizade dos dois acima de tudo.
Claro que uma boa ideia como essa série não seria nada sem um bom elenco. E talento é o que não falta entre os atores. Benedict Cumberbatch
dá um show como Sherlock Holmes, sendo extremamente carismático, mesmo
que o personagem seja muito mais antipático do que sua versão
protagonizada por Robert Downey Jr Stark. Aqui ele é
apresentado como uma pessoa muito perturbada e que fica sem saber o que
fazer para passar o tempo quando não está trabalhando em algum caso,
chegando a praticar tiro ao alvo nas paredes do próprio apartamento.
Através das esquisitices de Holmes podemos acompanhar também a evolução
da amizade entre ele e Watson, já que no começo o médico estranha tudo e
com o passar do tempo já nem se importa de encontrar cadáveres na mesa
da cozinha, por exemplo.
Para os fãs de Sherlock Holmes ou de séries de mistérios, Sherlock
é indispensável. Além de colocar o detetive no século XXI, o seriado
traz personagens muito mais interessantes do que os apresentados nos
filmes estrelados por Robert Downey Jr. São apenas seis episódios que
podem ser encontrados facilmente na internet e que te prendem do início
ao fim"(mobground.net)
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