Eu estava procurando algo interessante para postar e achei um texto do escritor Pedro Bandeira proferido na 1ª Feira do Livro e Leitura de Mato Grosso do Sul. Postarei alguns trechos que vem de encontro com minha tristeza ao deparar-me com alunos que não gostam de ler e/ou estudar.
Você prepara uma aula atraente, inovadora e quando chega o dia de avaliar os conhecimentos sobre a mesma, percebe que o aluno sequer abriu o livro para ler o assunto, desconhece palavras e para piorar ainda reclama da nota abaixo da média.
Isso porque estamos na era digital, das comunicações, onde tudo está concentrado em vários sites e os alunos poderiam ter um arcabouço teórico a altura dos conhecimentos de seu professor.
Eu sempre digo que se fosse estudante hoje em dia, iria "enlouquecer" os professores com minhas perguntas, leituras dos inúmeros livros disponíveis, vídeos no youtube... Nossa! iria ser mais nerd do que sempre fui somente com os livros de papel!
"De uma forma muito humorada, o escritor conseguiu expor a realidade educacional brasileira, desde suas origens. Ele lembra que o Brasil foi colonizado por Portugal, ou seja, homens portugueses, que não vinham para cá com suas famílias, mas apenas para explorar as riquezas da nova terra descoberta.
Nas caravelas, vindas de Portugal, chegavam homens analfabetos, tanto se pode comprovar isso que vinha apenas um escrivão junto, pois só ele sabia ler e escrever. Naquela época não havia interesse em ensinar a ler, pois não fazia diferença. “Só vinham homens para cá e homem não é transmissor de cultura, historicamente quem é transmissor de cultura é a mulher, porque é a mulher que fica com a prole, que canta as canções, que ensina as funções do seu povo, as religiões do seu povo”, ressaltou Pedro Bandeira.
Bandeira também conta que, por incrível que pareça, não aprendemos a falar português com os portugueses e sim com os africanos. “Pois, com medo de revoltas nos navios, o traficante de escravos comprava os escravos em vários pontos do continente africano, assim eles não falavam a mesma língua e não tinha como armarem para fazer uma revolta, então eles aprendiam a língua do capataz para poder se comunicar”, disse o escritor.
(...)
O escritor falou também que educação não é um problema da escola, é um problema da família! Em outros países não é preciso à professora mandar ler o livro, quem cuida disso é a família, porque é uma atividade de lazer, não é obrigação. Aí quando a professora manda comprar o livro vem o pai, que se sacrifica para comprar um tênis de grife para o filho, e fala “para quê gastar dinheiro com bobagem?”, ou seja, acha mais importante investir no pé do que na cabeça do filho!, expôs o escritor indignado.
Muitas famílias enviam seus filhos à escola de má vontade, alguns somente para cumprir as exigências das bolsas-família, e as próprias crianças festejam quando algum professor falta à aula e elas podem ficar brincando à vontade no recreio. Séculos de exclusão não criaram um anseio por este direito por parte dos próprios excluídos!
“Fico triste quando a criança fala que estudar é chato, ler é chato, tem que ver que mais tarde, chato é ser burro!
Cada livro trás aventuras deliciosas e prazerosas, e para vivê-las nem é preciso sair de casa, mas para incentivar, principalmente as crianças, a ler é necessário que a leitura seja realmente prazerosa, pois “criança gosta de ler coisa divertida, engraçada, afinal ler é prazer”, finaliza o escritor de livros infanto-juvenis Pedro Bandeira."(www.douradosnews.com.br)
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