domingo, 19 de novembro de 2017

Brasil tem a 1ª Igreja Positivista no Rio de Janeiro

O domingão amanheceu chovendo e um vento frio seguido de um sol tímido ilumina a paisagem. Pela previsão do tempo ainda vai chover durante o dia e é mais um bom motivo para ficar largateando no sofá ou na cama...

Há pouco eu estava lendo notícias sobre o 19 de novembro, Dia da Bandeira, e descobri um assunto que jamais tinha ouvido falar: que no Rio de Janeiro existe uma Igreja Positivista. Sim, o Brasil do séc. XIX possuía um Templo Positivista e que hoje mesmo tombado pelo Patrimônio Histórico está em ruínas. Uma pena, pois seria realmente interessante visitá-lo para conhecer mais sobre a História da República recém - criada.

E o mais interessante que na Revista Veja deste domingo tem uma matéria com o designer alemão Hans Donner, marido de Valeria Valenssa - ex-Globeleza, onde ele fala em desenhar uma nova bandeira e colocar a palavra amor junto ao "Ordem e Progresso". 

Só que pelo que eu li em vários documentos, não é simplesmente uma invenção ou um sonho do Donner, mas esse era o lema do Positivismo e que está escrito na porta do templo “O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim”.

"A Igreja Positivista do Brasil foi fundada em 1881, no bairro da Glória, zona sul do Rio de Janeiro. Seus fundadores, Miguel Lemos e Raimundo Teixeira Mendes, eram entusiastas do positivismo, conceito criado pelo filósofo francês Augusto Comte, que prega o conhecimento científico como o único conhecimento verdadeiro.

Em seus anos de esplendor, a igreja foi palco de reuniões de republicanos contrários à elite escravocrata e acalorados debates sobre ideias republicanas influenciadas pela França. As ideias discutidas no local ajudaram moldar o Brasil moderno que emergiu após o fim do império.

Apesar da importância histórica, o lugar hoje se encontra abandonado. As paredes estão pichadas, há buracos no telhado e pombos dominam e sujam a ala central da igreja. Um vigia é encarregado de proteger o local contra ladrões que vasculham prédios antigos e abandonados da cidade.

“Tragicamente, nossa instituição agora se encontra negligenciada, como se o Brasil desdenhasse da história”, diz Christiane Souza, Diretora de Patrimônio da igreja.

De fato, os brasileiros sabem pouco sobre o positivismo, mesmo tendo o lema da corrente filosófica estampado em sua bandeira nacional. A expressão “Ordem e Progresso” é uma abreviação do lema do positivismo: “O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim”.

Em uma explicação breve, o positivismo busca reorganizar a sociedade em torno do conceito de que as explicações derivadas da ciência devem ser tidas como uma forma de entender o mundo. Assim, Comte criou sua própria religião, a Religião da Humanidade, que ganhou adeptos no mundo todo. Ela determina que não há eventos sobrenaturais e que todos os fenômenos provém da natureza. Trata-se de uma busca pela espiritualidade plenamente humana, que crê que o ser humano, esclarecido pela ciência, pode viver de forma totalmente pacífica e altruísta.

Algumas características da igreja lembram o catolicismo, em especial a decoração. Os adeptos exaltavam um ícone feminino similar à Virgem Maria: Clotilde de Vaux, mulher por quem Comte foi apaixonado.

Em outros países, o local onde personalidades tão esclarecidas debateram ideias seria consagrado como um museu. Mas não no Brasil. Não no Rio de Janeiro, onde no ano passado foi inaugurado um extravagante Museu do Amanhã para contemplar o futuro, enquanto casas e prédios da belle époque da cidade se deterioram.

A negligência em relação à Igreja Positivista do Brasil afronta à célebre frase dita por Comte e inscrita na entrada neoclássica do templo: “Os vivos são sempre e cada vez mais governados pelos mortos”, que remete ao culto à memória dos mortos pelo legado deixado por eles para humanidade."(opiniaoenoticia.com.br)

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