domingo, 26 de agosto de 2018

As Lições de uma Mulher de 100 anos

Katherine Coleman Goble Johnson (White Sulphur Springs, 26 de agosto de 1918), é uma física, cientista espacial e matemática estadunidense. Hoje, ela completa 100(cem) anos e só ficou conhecida no mundo do Séc. XXI, graças ao filme "Estrelas Além do Tempo" lançado em 2017 e que mesmo sendo mais "leve" que a realidade é fascinante.
 

"Nascida em 1918 em West Virginia, Johnson sempre foi uma criança prodígio. Concluiu o ensino médio aos 14 anos e, aos 18, recebeu um diploma universitário.

“Eu contava tudo, os passos até a estrada, os passos até a igreja, o número de pratos e talheres que eu lavava… Tudo o que podia ser contado, eu contava”, disse Johnson à NASA, agência americana responsável por programas de exploração espacial na qual começou a trabalhar aos 35 anos. Ela foi contratada para ser uma "computadora" — na época, todos os cálculos matemáticos eram feitos à mão, visto que computadores eletrônicos ainda não existiam.

Por seus mais de 30 anos de trabalho na agência, Johnson recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade em 2015, a maior condecoração civil dos Estados Unidos. Mas tamanho reconhecimento não só veio tarde, como foi difícil alcançar. Mulher e negra, Johnson precisou vencer preconceitos e barreiras para chegar aonde chegou.
 

1. Siga a sua paixão
 

Johnson amava contar, mas daí para se tornar uma matemática era um grande salto. E de fato, ao entrar na universidade ela ficou indecisa entre se dedicar a inglês, francês ou matemática. Graças à ajuda de uma professora de geometria, ela se entregou à sua verdadeira paixão pelos números.

2. Seja humilde e ajude quem precisa
 

Na universidade, ela se destacava por sua facilidade com os números. Um dos professores, Dr. William W. Schiefflin Claytor, reconheceu o talento de Johnson e decidiu ajudá-la a se tornar uma pesquisadora. Para isso, fez o possível para garantir que ela pudesse cursar todos os cursos de matemática e chegou ao ponto de criar uma classe de geometria analítica espacial especialmente para ela. Mas, apesar da facilidade e do talento para a coisa, Johnson sabia que não estava sozinha e sempre tinha o cuidado de ajudar os colegas. “Às vezes eu percebia que os outros na turma não entendiam o que ele estava ensinando, então eu fazia perguntas para ajudá-los. Claytor me dizia que eu devia saber a resposta, até que eu finalmente tive que admitir que eu sabia, mas os outros não”, contou Johnson à NASA.

3. Não desista
 

Como uma mulher negra, havia poucas opções de trabalho para ela na época, por isso se tornou professora. Até que um dia alguém lhe disse que a NASA, na época chamada NACA (National Advisory Committee for Aeronautics), estava buscando especificamente mulheres negras para trabalhar como computadoras em um departamento de navegação. Ela se inscreveu para o trabalho duas vezes até ser finalmente aceita.

4. Questione, sempre
 

Já na agência, ela não se contentava em somente fazer o trabalho. Ela sempre desejava saber os “como”, “por quê” e “por que não”. Por exemplo, quando soube que mulheres não podiam participar de reuniões, ela quis saber se havia uma lei contra isso. Como a resposta era não, ela passou a participar dos encontros. Também era praxe que só engenheiros assinassem a autoria de pesquisas e cálculos, mesmo que houvesse a colaboração de mulheres. Em 1960, Johnson se tornou a primeira mulher de sua divisão a receber crédito por um relatório de pesquisa. Ao longo de sua carreira, ela assinou 26 relatórios.

5. Compartilhe o que aprendeu
 

Mesmo aposentada, Johnson nunca deixou de participar de painéis e conferências para compartilhar sua experiência na NASA. Não raro dava palestras a estudantes para encorajá-los a seguir carreira nas ciências e matemática. “Nós sempre vamos ter a ciência conosco. Algumas coisas vão desaparecer, mas sempre vai haver ciência, engenharia e tecnologia. E sempre, sempre vai haver matemática. Tudo é física e matemática”, disse à NASA, em uma lição que parece ter guiado sua vida.(https://revistagalileu.globo.com/)

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