Eu não vejo a hora de acabar logo o período eleitoral, pois até um post saudável no facebook está insuportável. Além de não podermos realizar uma crítica sobre este ou aquele candidato que o dito "amigo virtual" já sai escrevendo os piores comentários que conhece.
Como se não bastasse a onda conservadora que avança pelo Brasil, os valores da "Idade Média" estão surgindo de um dia para o outro, isso porque o "descobrimento" do Brasil ocorreu durante o Séc. XV, ou seja, Idade Moderna. Sem contar os insistentes pedidos de intervenção militar que muitos acham que irá colocar fim nos desmandos da sociedade corrupta em que estamos inseridos. Eu sempre recomendo um pouco de leitura sobre a Ditadura Militar, 1964-1984, para os incultos não saírem dizendo bobagens.
Há pouco eu estava lendo sobre os conceitos de nacionalismo e conservadorismo e deparei-me com um artigo sobre a violência e moralismo no Brasil. Então, resolvi postá-lo aqui...
(...)
"Segundo uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública e o Datafolha, o medo da violência é a principal razão
para explicar a atual propensão do brasileiro a ideias autoritárias.
Vivendo numa realidade extremamente violenta – acontecem cerca de 60
mil homicídios ao ano no Brasil, e 50 milhões de adultos conheceram ao
menos uma pessoa que foi assassinada – muitos vêm soluções em medidas
que restringem, e não que alargam, os direitos humanos, conferindo mais
poder às polícias, por exemplo, ou instituindo a pena de morte.
Este ideal revanchista de justiça que encontra-se resumido num dos
bordões da onda conservadora, o de que “bandido bom é bandido morto”.
Mas não só em questões de segurança pública o brasileiro tem pendido ao
moralismo.
Em contraposição aos avanços logrados pelos ativistas LGBT e
feministas nos últimos anos, um levantamento da agência Hello Research
mostrou que 49% dos brasileiros são contra o casamento entre pessoas do
mesmo sexo; quanto ao aborto, de acordo com o Instituto Locomotiva de
Pesquisa, 62% dos brasileiros seriam contra sua descriminalização.
Já segundo o Ibope, 7 em 10 brasileiros assumem já ter feito
declarações discriminatórias como “mulher tem de se dar ao respeito”,
“não sou preconceituoso, tenho até um amigo negro” e “pode ser gay, mas
não precisa beijar em público”. O machismo, segundo a pesquisa, é o
preconceito mais praticado no país.
Para José Álvaro Moisés, professor de Ciência Política da USP, uma
camada da população sempre cultivou ideias reacionárias, mas, agora,
encontrou meios para expressá-las.
Em entrevista ao jornal alemão Deutsche Welle (DW), explicou que
“qualquer sociedade contemporânea complexa e desigual, como é o caso do
Brasil, tem uma multiplicidade de interesses que estão escondidos e
passam a se debelar publicamente, gerando uma série de conflitos”.
O filósofo Mario Sergio Cortella concorda com o professor. Em
entrevista ao mesmo periódico, avaliou que “as mídias sociais
favoreceram, sim, o despontar de um palanque” para ideias extremistas.
“Antes, era preciso, para se manifestar, algum poder mais presente ou
a disponibilidade de uma tribuna mais socialmente evidente. Agora, como
efeito colateral da democratização da comunicação, temos o adensamento
da comunicação superficial, na qual todos têm alguma opinião sobre algo,
mas poucos têm fundamentos ponderados para iluminar as opiniões”.
O palanque virtual, somado à desilusão do eleitor com o cenário
político atual e o medo da violência, são os ingredientes para o
surgimento de um líder autoritário como Bolsonaro, conclui o professor
Álvaro Moisés.
“Se essa tendência de descrença e rejeição [à política] permanece por
muito tempo, essas pessoas que se sentem desrespeitadas começam a
formar uma base social a favor de posições autoritárias”.(opiniaoenoticia.com.br/)
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