terça-feira, 27 de agosto de 2013

O Massacre de Soweto

 Em 18 de junho de 1976, eclodia a revolta em Soweto, bairro de população negra em Joanesburgo, na África do Sul, motivada pela decisão do governo do apartheid de ensinar obrigatoriamente nas escolas a língua africâner (bôere) ao lado da língua inglesa e desprezando as línguas nativas africanas.

Na manhã de 18 de junho de 1976, milhares de estudantes invadiram as ruas de Soweto, em protesto. A manifestação começou em calma, mas a dada altura a polícia abriu fogo. O primeiro a cair foi Hector Pieterson, de 13 anos. A foto de seu corpo, carregado por um amigo com o rosto coberto de lágrimas, deu a volta ao mundo.

Os estudantes responderam atirando pedras. A polícia e as autoridades responderam então com um verdadeiro massacre de que resultou a morte de mais 500 jovens estudantes negros.

Aquele dia deu origem a uma onda de indignação no exterior e marcou na África do Sul o ponto de partida de uma rebelião que se espalhou por todo o país e em poucas semanas deixou centenas de mortos. 

“Os acontecimentos deste dia tiveram repercussões em todos os municípios da África do Sul. Os funerais das vítimas das violências do Estado se tornaram locais de motins nacionais. Subitamente, os jovens sul-africanos assumiram um espírito de protesto e rebelião”, escreveu nas suas memórias o ex-presidente sul-africano e Prêmio Nobel da Paz Nelson Mandela.

O massacre de Soweto, perpetrado pelo regime racista da África Sul nos subúrbios de Joanesburgo – na cidade-dormitório de Soweto, verdadeira reserva de força de trabalho negro para as minas de ouro foi a resposta do regime racista para a revolta contra as condições sub-humanas em que vivia a sua população, contra a falta de direitos, contra o racismo. Na África do Sul de então a vida de um negro nada significava para o poder político.

Soweto ficou como símbolo da resistência ao apartheid e se tornou um estigma que levou ao isolamento dos racistas, à sua condenação, e ao princípio do fim de um execrável regime.  (18/6/2010 - Max Altman- S.Paulo - Ópera Mundi).

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