terça-feira, 7 de janeiro de 2020

A jovem ativista da tribo Xakriabá/Minas Gerais

Artemisa Xakriabá tem 19 anos e pertence a Tribo Xakriabá, S. João das Missões/Minas Gerais. Ela mora em Ribeirão Preto com os tios e pretende cursar psicologia. Ela disse que a escolha dessa profissão foi porque "o suicídio é um problema sério dentro da nossa região. Quero me formar nessa área para poder ajudar o meu povo a lidar com as questões da mente".

Enquanto muitos adultos desinformados aproveitam para criticar os jovens ativistas do Brasil e do Mundo, ela como uma autêntica "indígena" foi convida para participar da Cúpula do Clima em Nova York em setembro de 2019.

Eu fico indignada com a ignorância das pessoas atualmente, por que os jovens não podem protestar contra o aquecimento global, por uma educação de qualidade, contra o feminicídio, contra o descaso dos governantes? Afinal, eles não serão jovens para sempre e se não agirem hoje, se não lutarem  por seus direitos, amanhã poderá ser tarde demais.

Será que o Brasil e o Mundo estão  em crise de inteligência na Era da Informação? Será que esses homens e mulheres adultos pensam que viverão além de 2050? Ou será que estão percebendo que eles deixaram o Planeta se deteriorar e agora que os jovens, estão tentando fazê-los enxergar seu legado de destruição, estão envergonhados e não admitem seu erro? Ainda há tempo, pois se nada for feito os jovens não terão uma Terra ou um Futuro onde viver!

 
"Ninguém melhor que Artemisa para exemplificar a urgência do problema. Ela é parte das duas comunidades que produziram os líderes mais aguerridos na luta contra a mudança climática e a destruição do meio ambiente. Artemisa é adolescente num mundo em que milhões de jovens imploram às gerações mais velhas para prestar atenção na mudança climática. E ela também é integrante da tribo Xakriabá, parte de uma comunidade que pode sofrer os efeitos mais imediatos e desastrosos da guerra contra o ambiente, que obriga as tribos indígenas brasileiras a lutar não só contra a mudança do clima, mas também por sua própria existência.

“Estamos lutando por nosso território sagrado”, diz Artemisa. “Mas estamos sendo perseguidos, ameaçados e assassinado só por proteger nossos próprios territórios. Não podemos aceitar o derramamento de nem sequer mais uma gota de sangue indígena.”

Artemisa tinha apenas 7 anos quando ela e outras crianças da tribo Xakriabá ajudaram a reflorestar 15 áreas ribeirinhas perto de suas terras, no sudeste de Minas Gerais. No Brasil, 300 tribos indígenas ocupam cerca de 13% do território do país e ajudam a proteger do desmatamento uma parte enorme da floresta amazônica.
 

Mas isso também significa que ninguém está mais ameaçado pelos efeitos da mudança climática e da destruição ambiental que os povos indígenas. No Brasil, eles ficaram ainda mais vulneráveis nos últimos anos, com a reversão de proteções ambientais e tribais por parte de governos conservadores – que levaram a um crescimento do desflorestamento.

Enquanto a Amazônia ardia em chamas, o ativismo indígena se intensificou. Artemisa estava entre os milhares de manifestantes que participaram da primeira Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília, para protestar contra as políticas ambientais destrutivas de Bolsonaro e sua tentativa de acabar com as proteções para os povos indígenas. Foi uma demonstração de força sem precedentes de indígenas brasileiras, bolivianas e de outras partes do continente. Lideranças indígenas brasileiras continuam protestando em todo o mundo desde então.
 

(...)

“Não sei se fizemos o mundo prestar atenção suficiente à nossa causa, mas acredito que essa é nossa maior missão aqui. Então vamos continuar lutando”, disse Artemisa. “Independentemente do que decida o presidente, se ele nos apoiar ou não, temos de seguir em frente.”"

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário