quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Livro: Os Testamentos - Margaret Atwood

Um novo ano começa e é 1º de janeiro de 2020.! Quando era criança parecia tão longe e o melhor seria o mundo movido por "carros voadores, iríamos viajar para outros planetas, falar com as pessoas através de vídeos fones, as comidas seriam sintéticas, as casas com empregadas robôs..." Pura ficção científica que assistíamos nos "enlatados americanos", séries em preto e branco, e nos imaginávamos nesse mundo maravilhoso. A palavra distopia, nunca ouvimos falar, mas o mundo dos Ano 2.000 era um sonho que um dia seria realidade.!
 

E agora estamos em 2020 e os governantes e população do Brasil e de alguns países do mundo, estão preferindo a "Idade das Trevas ou Idade Média" do que a Idade Contemporânea. O mundo vive sua 4ª Revolução Industrial e Tecnológica entretanto, a moral, os hábitos e costumes medievais estão de volta e com força total.

Aquele mundo da ficção existe em uns poucos lugares da Terra e as distopias autoritárias de um futuro catastrófico se desenha e nos apavora! O ser humano evoluiu tecnologicamente, mas prefere os ditadores, conservadores, totalitários do passado e tomara que a ficção não vire uma realidade desastrosa.!



O Brasil também está se encaminhando para uma Era Conservadora e pensar que tanta gente lutou e morreu por liberdade de ir e vir, de expressão, por dignidade, respeito, estudar, praticar esportes... Torço para que o tão propalado "país do futuro" não vire o país de Gilead, onde as mulheres simplesmente serviam para parir filhos para os Comandantes cristãos fundamentalistas.!

" Em Os Testamentos, Atwood salta para 15 anos após o final de seu primeiro livro ― e de ter deixado perguntas em aberto, utilizando-se de três narradoras mulheres para contar essa história.

A escritora disse recentemente à Reuters que não planejou uma continuação da história. Mas que foi inspirada por acontecimentos recentes a repensar a decisão ― sem mencionar o sucesso estrondoso da adaptação do livro para a televisão, que deu ainda mais visibilidade a seu trabalho mundialmente.

“À medida que o tempo passava, ao invés de nos distanciarmos de Gilead, começamos a nos aproximar dele — particularmente nos Estados Unidos”, disse a escritora. “Se vocês olharem as medidas legislativas de uma série de estados dentro dos EUA, podem ver que alguns estão quase lá [em Gilead]. O que estas leis restritivas sobre os corpos das mulheres estão reivindicando é que o Estado seja dono do corpo delas.”

Em maio de 2019, milhares de mulheres foram às ruas em várias cidades dos Estados Unidos protestar pelo direito ao aborto. Isso porque, desde o início de 2019, pelo menos 11 estados aprovaram leis que contrariam a decisão de 1973 da Suprema Corte americana, que autorizou o procedimento em nível federal.

No movimento mais recente, o governador da Louisiana, o democrata John Bel Edwards, assinou uma lei aprovada no legislativo local que proíbe o aborto quando os batimentos do coração do feto já podem ser detectados. Com isso, o estado se junta a Alabama, Missouri, Georgia, Ohio, Mississippi, Kentucky, Arkansas, Indiana, Dakota do Norte e Utah, que também fizeram, neste ano, movimentos para vetar ou restringir o acesso ao aborto no país.

O aborto é um dos temais mais polêmicos da atualidade e que gera polarização da política não só norte-americana, mas mundial. Em Gilead certamente lutar pelo direito ao aborto seria algo digno de punição, levando mulheres à condenação de morte, e quiça ao chamado “muro”.

Uma das dificuldades da autora foi exatamente essa: fugir da narrativa de Offred, tão cultuada e que rendeu à obra o título de clássico da literatura moderna. Em Os Testamentos, três vozes ganham corpo nas páginas e se distanciam do imaginário perverso de Gilead. Agora, o estado opressor e teocrático pode ser destruído ― e somente ― por pessoas extraordinárias.

É assim que o leitor conhece Agnes, de 20 anos, que cresceu em Gilead como filha adotiva de um homem importante do Estado; Daisy, de 16 anos, ativista anti-Gilead que mora no Canadá; e tia Lydia, a guardiã controversa das Aias. Elas ganham suas próprias vozes e formam o enredo do livro de Margaret, com destaque para tia Lydia, que conta histórias de “bastidores” e destrincha como é que chegou a um dos cargos mais importantes deste “Estado Novo”.E foi esta narrativa que rendeu a Margaret Atwood o The Booker Prize no mês de outubro de 2019".

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