segunda-feira, 28 de junho de 2021

Série Brasileira Colônia: sobre o Hospital Colonial de Barbacena/MG.

 Colônia': série recria os horrores do hospital psiquiátrico de Barbacena |  O TEMPO 

A última segunda-feira de junho amanheceu gelada em Cuiabá, 16º graus, e pelo jeito vai ficar assim até o final da semana. Cuiabano prefere ficar trancado em casa, rebuçado, vendo TV, ouvindo música, lendo um livro ou dormindo.

Na última sexta-feira, 25, a série Colônia, que relata a história dos abusos no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, estreou simultaneamente no Canal Brasil e na plataforma de streaming Globoplay. A produção, dirigida e adaptada pelo cineasta André Ristum, teve todos os episódios disponibilizados no serviço durante a exibição original no canal por assinatura.

Inteiramente gravado em preto e branco, o elenco é composto por grandes nomes, como Fernanda Marques, Andréia Horta, Augusto Madeira, Naruna Costa, Bukassa Kabengele, Arlindo Lopes e Rejane Faria, que encorporam os médicos e pacientes da clínica retratada como o "holocausto brasileiro" pelo livro homônimo de Daniela Arbex, devido aos maus tratos e tratamentos alternativos.

Não leu o livro ou nunca ouviu falar desse assunto? Eu já indiquei esse livro aqui e é simplesmente chocante.
Hospital Colônia foi símbolo de higienismo, diz | Direitos Humanos 

" O complexo manicomial conhecido por Cidade dos Loucos foi fundado em 12 de outubro de 1903, em Barbacena, Minas Gerais. Antes de ser um local focado no "tratamento" psiquiátrico, o Hospital Colonial de Barbacena tratava pacientes vítimas da tuberculose, o que explica a localização afastada do hospital, em cima de uma montanha. Local perfeito também para excluir os grupos marginalizados da sociedade.

A instituição era formada por diversos prédios e pavilhões, e cada um deles tinha uma especialidade. Entre eles estavam o Pavilhão Zoroastro Passos, para onde iam as mulheres indigentes, e o Antônio Carlos, a área dos homens indigentes.
Holocausto Brasileiro - CVV | Centro de Valorização da Vida 

Os pavilhões Afonso Pena, Milton Campos, Rodrigues Caldas e Júlio Moura recebiam todo o tipo de pessoas, sendo que 70% deles não tinha nenhum diagnóstico mental. Eram alcoólatras, homossexuais, prostitutas, viciados em drogas e mendigos. Os indesejados pela sociedade.

Os tratamentos funcionavam à base de tortura: utilizavam cadeiras elétricas, solitárias e camisas de força. Os pacientes eram submetidos a situações precárias, como fome e sede. Em alguns casos, chegavam a beber a própria urina. Nos pátios, viviam nus e em meio a ratos e baratas, além de urinarem e defecarem no chão.
Holocausto brasileiro: 50 anos sem punição 

Muitas pessoas eram colocadas no Manicômio de Barbacena pela própria família. Era o caso de mulheres indesejadas pelos maridos e parentes que tinham algum tipo de deficiência, transtorno ou distúrbio, como Síndrome de Down, autismo ou dislexia.
Holocausto Brasileiro, de Daniela Arbex - Milton Ribeiro 

Os métodos de tratamento e as condições do Manicômio causaram a morte de mais de 60 mil pessoas. O período em que mais morreram pessoas nessa instituição foi por volta de 1960 a 1970, no início do Regime Militar no Brasil (1964-1985).

O psiquiatra italiano Franco Basaglia, responsável por revolucionar o sistema de saúde mental de seu país, chamou a instituição manicomial de Campo de concentração nazista, conhecida também como Holocausto Brasileiro."

 Aventuras na História · Colônia de Barbacena: O holocausto brasileiro em  imagens

Nenhum comentário:

Postar um comentário