domingo, 16 de agosto de 2020

75 anos do Fim da 2ª Guerra Mundial

 Japan Surrenders | National Archives 

Domingão de muito calor e fumaça e nem parece que é inverno no Brasil. A História nunca deve ser esquecida mesmo num dia de descanso e ontem marcou os 75 anos da rendição japonesa durante a 2ª Guerra Mundial.

Naquele 15 de agosto de 1945, ao meio dia, pela primeira vez o monarca Hirohito iria falar diretamente a seus súditos. Até então, seus decretos eram sempre lidos por algum emissário.Em aparições públicas, ninguém estava autorizado a olhar diretamente para o soberano. Tocá-lo era proibido até mesmo para seus médicos e alfaiates. Ele era o deus vivo, descendente da deusa do Sol, Amaterasu.

Ele anunciava para os súditos o fim da guerra e dizia que concordara com o acordo proposto pelos países aliados. Sem mencionar as palavras rendição ou derrota, dizia que a guerra já causara muitas mortes e precisava acabar. Conclamou todos a tolerar o intolerável e disse que, ao testemunhar a morte de seus súditos e as dificuldades pelas quais seu povo agora passava, seus órgãos vitais partiam-se.
 

Lembrando que o ato de rendição foi considerado por muitos japoneses como uma traição e alguns ainda continuaram os combates por algum tempo. Mesmo tendo passado 75 anos da rendição ainda há controvérsias pelo ato do imperador Hirohito.
 

"O Japão recordou neste sábado (15/08) os 75 anos da rendição do país na Segunda Guerra Mundial em uma reduzida cerimônia em Tóquio, devido à pandemia de covid-19, com a presença do primeiro-ministro Shinzo Abe e do imperador Naruhito.

Em meio aos temores do coronavírus e preocupações com o desvanecimento das memórias da geração que viveu a guerra e está envelhecendo, cerca de 500 pessoas – em comparação com as 6.200 no ano passado – homenagearam os japoneses mortos no conflito com um minuto de silêncio. Máscaras eram obrigatórias, e não se cantou o tradicional Kimigayo, hino nacional do Japão.

Japão lembra 75 anos do fim da Segunda Guerra Mundial | Notícias ... 

Enquanto o imperador expressou "profundo remorso" pelo papel de seu país no conflito, não foram ouvidas palavras de desculpas por parte de Abe, que agradeceu os sacrifícios dos japoneses mortos na guerra, mas não mencionou o sofrimento que afligiu países vizinhos.

Em breve discurso durante a cerimônia na capital japonesa, Naruhito destacou a importância de se refletir sobre os eventos da Segunda Guerra para que a tragédia não se repita. "Olhando para o longo período de paz do pós-guerra, refletindo sobre nosso passado e tendo em mente os sentimentos de remorso profundo, espero sinceramente que as devastações da guerra nunca se repitam", disse o imperador.

Ele ainda prometeu seguir os passos de seu pai, o antigo imperador Akihito, que dedicou seu reinado de 30 anos para reparar uma guerra travada em nome de Hirohito, avô do atual imperador. Foi Hirohito quem anunciou a rendição do Japão em 15 de agosto de 1945, em um discurso sem precedentes na rádio, que marcou a primeira vez em que os cidadãos do país ouviram a voz do então monarca.
Japão lembra 75 anos do fim da Segunda Guerra Mundial | Notícias ... 

Abe, por sua vez, tem evitado trazer à tona o passado sombrio do Japão desde que assumiu o cargo em dezembro de 2012. O premiê não reconheceu as hostilidades japonesas em nenhum de seus discursos anuais de 15 de agosto – uma antiga tradição por parte de chefes de governo, iniciada com o pedido de desculpas do ex-primeiro-ministro socialista Tomiichi Murayama em 1995.

Em um discurso amplamente focado em assuntos domésticos, Abe afirmou que a paz que o Japão desfruta hoje foi construída com o sacrifício daqueles que morreram no conflito. Assim como Naruhito, ele também afirmou que o país deve refletir sobre as lições da história para não repetir a devastação da guerra.

O premiê ainda listou os danos infligidos ao Japão e seu povo durante a Segunda Guerra, como as bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945, o bombardeamento de Tóquio, entre 1942 e 1945, e a Batalha de Okinawa, em 1945, uma das maiores da história."

 Novo imperador do Japão expressa profundo remorso por Segunda ...

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Alguns Motivos para Maratonar Cursed

 Cursed | Amazon.com.br 

 Sabadão quente, com muita fumaça, poeira e a pandemia da Covid 19 ainda está fazendo vítimas pelo Brasil. Para aqueles que estão se cuidando trancafiado em casa, é recomendado maratonar uma série na netflix. Então, eu recomendo Cursed: a lenda do Lago, conta a história da Excalibur antes de pertencer ao rei Arthur. E nada de ser exigente, apenas curta o visual e a lenda que circunda a espada famosa. Se formos pela crítica, nunca assistimos nada... Ah! e é baseado em um livro e os desenhos são de Frank Miller, eu acho que não precisa dizer mais nada.
 Cursed – A Lenda do Lago | Katherine Langford canta I Could Be ... 

"1. Katherine Langford está MARAVILHOSA como Nimue

Prepare-se para ver a atriz de "13 Reasons Why" de uma forma que você nunca viu! Katherine incorpora uma verdadeira heroína e dá um show nas cenas de ação.
Cursed's Daniel Sharman Teases The Weeping Monk's Inner 'Conflict ... 

2. Mostra um outro lado da versão da lenda do rei Arthur

A série da Netflix é uma releitura da lenda do rei Arthur contada a partir do ponto de vista de Nimue, uma jovem com dons misteriosos destinada a se tornar a Dama do Lago e responsável por entregar a espada Excalibur ao Arthur no mito popularmente conhecido. Nesta adaptação, você conhece mais do passado da personagem, suas motivações e a vê se tornando uma heroína de verdade - mesmo sem querer.
Katherine Langford stars in first trailer for Netflix's Cursed 

3. O gênero é fantasia, mas não deixa de abordar discussões importantes

Só o fato de explorar o protagonismo feminino já é algo bem importante. Com isso, a trama também não deixa de retratar as opressões às mulheres da época em diálogos marcantes ou mesmo sutis.
In this Cursed Timeline, King Arthur is Now Kang Arthur | Gamer ... 

4. O Arthur é interpretado por um ator negro

Representatividade é um ponto extremamente importante, né?! Sobre isso, o ator Devon Terrell, que dá vida ao Arthur, disse à Netflix: "No fim das contas, somos todos atores interpretando ficção. Se você acredita em uma espada mágica, por que não pode acreditar em mim como Arthur?".
INTERVIEW: Frank Miller, Tom Wheeler on their Arthurian spin, 'Cursed' 

5. A série foi inspirada no livro de Thomas Weeler e Frank Miller

A série foi baseada na obra de Tom Wheeler com ilustrações de Frank Miller, lançada originalmente como um romance pela Simon & Schuster em outubro de 2019. Em entrevista à Netflix, Wheeler, que também atua como o showrunner da série, contou qual foi a sua maior motivação para explorar a personagem feminina da lenda do rei Arthur. "Contar essa história na ótica de uma jovem abriu um mundo de possibilidades para nós dois. Minha filha tem 12 anos, e é muito legal pensar que podemos atrair uma nova geração para essa mitologia, como aconteceu conosco quando crianças".

6. Tem uma personagem que pode te fazer lembrar alguém de "Harry Potter"

Além de Nimue e Arthur, você vai conhecer Pym, interpretada por Lily Newmark. A personagem é a melhor amiga de Nimue e a acompanha em suas aventuras repentinas. De acordo com a atriz, Pym lembra muito o Rony Weasley, da franquia "Harry Potter". E não é só por ser ruiva! "Ela não é tão ambiciosa ou poderosa quanto o Rony, mas é valente e leal. Ela tem outras qualidades também. Por exemplo, ela é despachada e sabe lidar com as situações, mesmo se não souber de cara o que está fazendo. A Pym transforma toda a ansiedade dela em algo útil", disse em entrevista."

 Cursed – Die Auserwählte: Katherine Langford über ihre Figur der ...

Geoglifos pré-históricos do Acre foram aterrados

Arqueologia Amazônica – Site Arqueologia e Pré-História
A sexta-feira estava tranquila até ficarmos sabendo que os geoglifos milenares do Acre foram aterrados para plantar milho. No Brasil atual onde a Cultura, a  História e a nossa Pré-História não tem valor nenhum para o governo Federal, isso não deveria causar indignação. Entretanto, causou e muito principalmente entre os historiadores, arqueólogos, geólogos, etc. 

Está certo que plantar alimento é importante, mas tinha que aterrar as linhas geométricas deixadas pelos povos pré-colombianos há mais de dois mil anos?

"O presidente da Federação da Agricultura do Acre, Assuero Doca Veronez, está por trás de um crime contra a história da presença humana na Amazônia. Em sua fazenda Crixa II, no município de Capixaba, foram destruídos geoglifos (estruturas milenares cavadas no chão de forma geométrica), protegidas por lei. A área foi embargada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que noticiou o caso para o Ministério Público Federal. O MPFe irá apurar as responsabilidades civis e criminais da destruição.
Tratores destroem geoglifos milenares para plantar milho - ((o))eco 

A destruição dos geoglifos é um ataque à memória dos povos pré-colombianos, dos quais fazem parte os indígenas e civilizações já dizimadas pela chegada dos brancos. O ataque foi descoberto por acaso, pelo pesquisador Alceu Ranzi, quando analisava as imagens de satélite. Ele pesquisava os símbolos destruídos — foram exatamente seus primeiros objetos de pesquisa — desde 2001. O Iphan faz vistorias anuais nos bens tombados. No segundo semestre do ano passado, no entanto, não conseguiu fazer a visita ao local, porque a fazenda estava fechada.
Pecuarista indiciado por dano a geoglifo acumula multas ambientais ... 

Segundo o Iphan, “as pesquisas arqueológicas nessas áreas revelam informações importantes sobre o manejo da paisagem amazônica por grupos indígenas que habitaram a região entre, aproximadamente, 200 AC – AD 1300, e sugerem um novo paradigma sobre o modelo de ocupação da Amazônia por densas sociedades pré-coloniais”. O instituto informa que foram identificados no Acre mais de 300 sítios arqueológicos do tipo geoglifo, que estão compostos por 410 estruturas de terra.

Os geoglifos foram destruídos quando o terreno foi aplainado. O motivo para a passagem dos tratores não pode ser mais significativo: a preparação do solo para a plantação de milho. A propriedade também é utilizada para a criação de gado. O proprietário da terra é um símbolo do avanço da agropecuária em regiões da Amazônia" 

 Tratores destroem geoglifos milenares para plantar milho - ((o))eco

 

 

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Artigo: A Falácia de Paulo Guedes sobre a Taxação de Livros

 

 Publicitário critica estante vazia de ministro Paulo Guedes ...

Decididamente o mês de Agosto é o mês em que grandes desastres realmente acontecem. Ainda estou pasma com a notícia de que o Ministro da Economia Paulo Guedes sugeriu taxar os livros em 12%. Aliás, no dia 11/8 esse foi o assunto mais comentado no país e como se não bastasse os mais de 100 mil mortos pela Covid 19, agora o governo quer matar os poucos leitores que temos no Brasil.

Eu nem queria postar nada, mas como uma leitora voraz, sempre faço questão de postar aqui que desde criança possuo esse hábito, fiquei indignada com mais essa barbaridade do atual governo. Eu li vários comentários dos internautas, notícias e artigos e escolhi o que postarei abaixo, pois achei o que mais se parece com os meus pensamentos de leitora. 

Tem muitos colegas professores que não possuem renda para comprar livros, pois o salário às vezes nem dá para tanto, mas sempre em nome de incentivar seus alunos a serem críticos e conscientes dão um "jeito". Quando eu penso que no Séc. XXI, ao invés de debater sobre como podemos utilizar as tecnologias da informação para aumentar o arcabouço teórico de nossos alunos; tem Ministro da Economia querendo "queimar" o gosto pelas leituras!.

Ah! o artigo é extenso e como tem "preguiçoso" que não gosta de ler, mais um motivo para o governo acabar com a venda dos livros, acho melhor nem começar.


"Recentemente, o ministro Paulo Guedes veio a público defender sua reforma tributária e a taxação dos livros. Seu argumento é mais ou menos o seguinte: o livro é um produto de elite, logo, quem compra pode pagar um preço maior.

O tributarista Bernard Appy fez coro ao ministro. Como contrapartida, aos milhares de leitores que serão prejudicados, Guedes ofereceu: “O governo dará livros de graça para os pobres”.

É importante analisar alguns aspectos da declaração e as visões de mundo, de cultura e de educação que estão por trás dela.

Em primeiro lugar, choca imaginar o que o ministro e o tributarista imaginam ser o anseio legítimo da população pobre. Estaríamos vivendo uma nova versão da história romana do pão e circo? Os pobres têm direito inalienável de acesso à cultura ou devem aguardar pelo paternalismo eterno de um governo que escolherá por eles?

Um pouco de história ajuda. O livro no Brasil foi muito beneficiado pelas políticas distributivistas dos governos FHC e Lula. Ou melhor, as classes menos favorecidas, especificamente a classe C, passaram a comprar livros e a atuar ativamente no mercado da cultura e da educação.

Cabe perguntar: essa classe se enquadraria entre os ricos que devem pagar mais? O jovem das classes desfavorecidas pela enorme desigualdade brasileira, que depois de anos conseguiu entrar numa universidade, faz parte dos ricos que devem pagar mais? Alguém pode dizer com que dinheiro eles poderiam arcar com esse aumento?

Na mais recente Bienal do Livro no Rio de Janeiro, da qual participaram 600 mil pessoas, grande parte era de jovens da classe C. Na Flup (festa literária das periferias), os dados são ainda mais eloquentes: do público total do evento, 97% se declaram leitores frequentes de livros, 51% têm entre 10 e 29 anos, 72% são de não brancos e 68% pertencem às classes C,D e E!

(...)

O raciocínio que estamos examinando é o seguinte: se os pobres não leem, os ricos que paguem mais. Mas o que não entra no vosso cálculo, senhor ministro e senhor tributarista, é que os pobres querem ler. A doméstica que gostaria de ter ido à Disney e infelizmente não ganha o suficiente para ir quer ler. E todos os que querem têm direito de escolher o que ler.

Que governo é esse e que ministérios da Educação e da Cultura temos, para que possamos delegar totalmente a seleção dos livros a esses senhores e senhoras? Que liberalismo é esse que defende o dirigismo estatal na escolha do que o pobre deve ou não deve ler?

A distribuição gratuita de livros escolares nada tem a ver com facilitar o acesso a bens culturais, cuja cadeia de produção ainda é frágil. Continua sendo fundamental fornecer livros gratuitamente a bibliotecas escolares ou a leitores pobres, mas isso só cobre uma parte da equação. Na visão de mundo vigente nesse projeto, o rico pode ler, mas o pobre só lerá o que o governo lhe fornecer.

Quem justifica a nova taxação com essa falácia sabe que sem leitura ninguém ascende socialmente ou será que não se preocupa com isso?

Que visão têm esses senhores da pobreza, do papel dos bens culturais e da educação para o povo? Será que o ministro e o tributarista sabem diferenciar livros básicos de literatura escolar da capacidade de acesso ao conhecimento voluntário e geral?

Que garantias oferece esse governo com relação às verdadeiras políticas de distribuição de renda –políticas que precisam, de antemão, enxergar os pobres como cidadãos com vontade própria, intelectual e criativa, com discernimento de escolher cultura e educação para a sua cesta básica.

No início da pandemia, o prefeito de Montevidéu decidiu incluir livros na cesta básica, dando um sinal de que a cultura faz parte das necessidades primordiais da população. Determinar que cultura é da elite por natureza, a ponto de decidir elitizá-la ainda mais, implica uma visão de mundo que não vislumbra que os pobres venham a ter meios próprios de ascensão na pirâmide social.

Ninguém pede isenção de impostos para lucrar mais, mas sim para continuar na luta por mais leitores, passo essencial para termos um país melhor e mais plural.

O ministro e o tributarista, ao se preocuparem apenas com o orçamento catastroficamente administrado pelo governo atual, buscam uma taxação inconstitucional dos livros, consagrada na longa tradição jurídica brasileira, e que só destruirá o canal livreiro e alijará milhares de futuros leitores que querem ler para discutir, de igual para igual, os preconceitos a eles atribuídos, colocando em xeque medidas injustas como essa."(Luiz Schwarcz)

 

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

O Brasileiro que foi Executado na Indonésia

 Opera Mundi: Indonésia confirma que brasileiro e outros no ...

Em tempos de pandemia, as viagens para o exterior estão restritas, aliás o brasileiro adora viajar dentro do Brasil ou fora dele. Conhecer outra região ou mesmo outro país, sua cultura, costumes, História é interessante para aumentar seus conhecimentos intelectuais e até os lucros comerciais do lugar visitado. Entretanto, quando o turista vai para um país muçulmano deve-se conhecer as Leis desse paíse para não acabar atrás das grades ou morto por fuzilmento.

A embaixada brasileira recomenda que " Durante sua estadia em outro país, cidadãos brasileiros estão sujeitos às leis locais. Viajantes que as desobedeçam podem ser multados, processados ou presos. Recomenda-se que, antes de viajar, cidadãos brasileiros estudem a legislação e os costumes do destino escolhido, contatando, se necessário, a Embaixada ou Repartição consular do Brasil no exterior, em caso de dúvidas sobre questões pontuais.A Indonésia aplica a pena de morte e, em algumas localidades, também são impostas penas relacionadas a castigos corporais e açoitamento."

A Indonésia tem uma das leis antidrogas mais rígidas do mundo, que incluem a pena de morte para o crime de tráfico. Quem for pego com mais de cinco gramas de droga pode ser condenado à morte. A lei não prevê exceções para estrangeiros. Mesmo tendo uma lei rígida contra as drogas isso não significa que lá não exista traficantes ou mesmo o "produto"; sim lá tem, mas quem é pego com as gramas a mais estabelecidas pela lei pode ser executado. 

O paranaense Gularte foi preso em julho de 2004 depois de tentar ingressar na Indonésia com 6 quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Ele foi condenado à morte em 2005 e até 2015 ficou no "corredor da morte". Você pode ir para qualquer do mundo, mas respeite as Leis do país visitado e pode retornar inúmeras vezes sem problemas.


"No dia 28 de abril de 2015, quando guardas vieram retirar o brasileiro Rodrigo Gularte de sua cela na Indonésia, onde havia sido mantido preso pelos últimos onze anos, ele perguntou “Estou sendo executado?”. Não muito tempo depois, sua previsão se concretizaria: Gularte seria fuzilado sob ordens do governo indonésio.

O brasileiro de 42 anos tinha sido preso por tráfico de drogas ao tentar entrar na Indonésia com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surf. Segundo os familiares, Gularte teria problemas relacionados ao abuso de substâncias desde antes dos 16 anos.

Embora Rodrigo estivesse com mais dois colegas também de Florianópolis, onde morava, assumiu total responsabilidade pelos narcóticos encontrados. E assim teve início o caso que se estendeu durante anos, apenas para encontrar um fim dramático.

Não foi por falta de tentativas

A Indonésia é conhecida por suas punições severas, e o crime de tráfico de drogas no país está sujeito à nada menos que pena de morte. O governo brasileiro se envolveu na história, acompanhando o processo jurídico em busca de alternativas legais à sentença extrema.

Pedidos de clemência foram feitos pelo mesmo mais de uma vez, porém sem gerar quaisquer resultados. O ocorrido teria, inclusive, contribuído para deteriorar a relação entre Brasil e Indonésia.

Um dos maiores argumentos usados em defesa de Rodrigo Gularte foi que ele apresentava transtornos mentais. O brasileiro teria recebido o diagnóstico de esquizofrenia paranóide, um distúrbio que causa delírios e alucinações, quando não tratado.

É possível conseguir a transferência para uma clínica psiquiátrica ao apresentar o diagnóstico de doença mental, segundo diz a legislação da Indonésia, o que era uma fonte de esperança para os advogados e familiares de Gularte. Os parentes afirmaram ainda que Rodrigo só teria se envolvido com drogas por conta de seu estado mental, que o tornaria vulnerável ao aliciamento por parte de outros.

No entanto, apesar de laudos médicos terem sido apresentados, a procuradoria-geral do país asiático preferiu examiná-lo com seus próprios especialistas, e terminou mantendo seu posicionamento. Os resultados dos exames que a procuradoria-geral realizou, todavia, nunca vieram a público.

(...)

Gularte foi enterrado em sua terra natal, no Paraná, no dia 3 de maio de 2015. Apenas o advogado e amigo da família, Cleverson Marinho, aceitou dizer algumas linhas em entrevista ao G1: “Não imaginava que isso se concluísse dessa forma, acho que o mundo já poderia ter chegado a um ponto de entender que violência gera violência, e que não deixa de ser um homicídio o que cometeram”."








terça-feira, 11 de agosto de 2020

Alguns personagens dos Freak Shows(Show de Horrores)

 

 Photos of Vermont's Rutland Fair Freak Show in 1941 - Flashbak 

Houve um tempo que as pessoas nascidas com alguma anomalia física ou mental eram tratadas como "aberrações." E muitos acabavam encontrando nos circos uma "família" e uma forma de sobreviver.

Na 4ª temporada da série American Horror Story esse foi o tema apresentado e apesar de muita gente achar uma temporada ruim, eu achei extremamente interessante. Você não pode assistir aos horrores que as pessoas pagavam para ver nos circos com os olhos do Séc. XXI. Uma mulher barbada, um homem gigante, uma mulher pequena, uma mulher com duas cabeças, um homem elefante, etc eram anomalias que as famílias e a própria sociedade não aceitava. O destino das "aberrações" geralmente era a morte ou os circos de horrores.
 

"No passado, uma simples anomalia congênita poderia definir a vida de uma pessoa. Sequestrados, encontrados, ou acolhidos pelos famosos freak shows, então, tais indivíduos começavam uma longa trajetória circence, acompanhada por muitos momentos degradantes e, de vez em quando, um salário para chamar de seu.

Conheça 4 casos de pessoas que fizeram parte dos insólitos Freak Shows:

 Aventuras na História · Vítimas do "circo": 5 casos de pessoas que ... 

1. Irmãos albinos George e Willie Muse

Não se sabe exatamente como os gêmeos George e Willie Muse foram parar no universo dos freak shows. Ainda que duas teorias existam, acredita-se que, quando pequenos, eles tenham sido sequestrados por um caçador de aberrações. De qualquer forma, os irmãos logo foram apresentados ao circo Ringling Brothers.

Com longos dreadlocks, os irmãos albinos eram considerados uma atração sem precedentes e, assim, se apresentaram até no exterior. Após reencontrarem sua mãe, os dois se aposentaram, em meados de 1950. Livres do circo e do preconceito, George faleceu em 1972, enquanto Willie viveu até os 108 anos, morrendo apenas em 2001.

 Aventuras na História · Fedor Jeftichew, o Menino Cão que encantou ... 

2. Fedor Jeftichew, o Menino Cão

Nascido com hipertricose, o russo Fedor Jeftichew herdou a rara característica de seu pai e, por isso, passou a ser conhecido como o Menino Cão. Juntos, os parentes de aparência incomum começaram a se apresentar em freak shows. Pai e filho chamavam cada vez mais atenção e, com um carisma singular, o menino descobriu a fórmula do sucesso.

Com um rosto considerado adorável, o pequeno aprendeu a língua dos visitantes e passou a interagir com eles. Após a morte do pai, Fedor mudou-se para os Estados Unidos ao lado de P.T. Barnum. Em meados de 1901, contudo, ele se aposentou do circo e, com uma saúde já debilitada, morreu de pneumonia quatro anos mais tarde.

 7 coisas mais obscuras que aconteciam nos “Freak shows” do passado ... 

3. Myrtle Corbin, A Mulher de Quatro Pernas

Logo que nasceu, Josephine Myrtle Corbin foi negada e abandonada por sua família. Dona de uma anomalia incomum, a menina tinha quatro pernas, duas pélvis, dois órgãos sexuais e dois sistemas excretores independentes. Sozinha desde criança, ela logo foi acolhida por P.T. Barnum, que procurava atrações para suas exibições.

Aos 14 anos, conhecida como A Mulher de Quatro Pernas, a jovem já se apresentava em freak shows. Eventualmente, Josephine cansou-se da vida circense e decidiu se aposentar. Aos 19 anos, então, casou-se com o médico Clinton Bicknell, com quem teve quatro filhos. Josephine morreu aos 60 anos, por causas desconhecidas, em 1928.

4. Ella Harper, a Menina Camelo

Ella Harper nasceu no Tennessee com seus dois joelhos virados para trás. Devido à condição, logo percebeu que era muito mais fácil andar com as mãos no chão e, assim, recebeu o apelido de Menina Camelo. Aos 16 anos, a menina já era a estrela do Circo Harris Nickel Plate Show, onde ela se apresentava ao lado de um camelo.

Ganhando 200 dólares por semana, Ella abandonou a vida circense e construiu sua própria família. Em 1905, casou-se com o professor Robert L. Savely e passou a morar em Nashville, no Tennessee. Vítima de um câncer de cólon, a ex-circense morreu em meados de 1921, após se desvencilhar completamente da vida de ‘aberração’."

 Show de horrores: os artistas que ganhavam a vida com suas ...

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Livro: Serpentário de Felipe Castilho





A segunda-feira está agitada e quase não tive tempo para postar, mas hoje vamos de livro com uma pitada sobrenatural. E é nacional, geralmente a galera não valoriza e o ditado "santo de casa não faz milagres", sempre cai bem. Basta lembrar que ele foi "Sucesso entre os leitores que visitaram a CCXP 2017 (realizada em dezembro) e fizeram longas filas para conseguir um autógrafo em seus exemplares, a Ordem Vermelha, ressaltou Felipe, representa uma nova fase da literatura fantástica nacional no mercado editorial brasileiro. Antes um gênero rejeitado pelas editoras, atualmente a fantasia vem aumentando e renovando o seu público. Entretanto, para criticar é preciso ler, então...
 

Todo ano, Caroline, Mariana e Hélio costumavam deixar a capital paulista para encontrar Paulo, um jovem habituado à simples vida caiçara. No entanto, a amizade construída nas areias do litoral sofreu abalos sísmicos no Réveillon de 1999, quando algo tão inquietante quanto o bug do milênio abriu caminho para uma misteriosa ilha que despontava no horizonte, e explorá-la talvez não tenha sido a melhor decisão.

Sobreviver à Ilha das Cobras tem um preço. O arquipélago é um ambiente hostil, tomado por víboras, e esconde segredos tão perturbadores quanto seus habitantes. Mais do que um equívoco darwiniano ou uma lenda popular, a ilha praticamente destruiu a vida deles. Entre memórias e fatos fragmentados, o que aconteceu naquela fatídica noite se tornou um mistério. Mas de algumas coisas eles se lembram perfeitamente: uma enorme e ameaçadora serpente, além de uma pessoa sendo entregue ao ninho da víbora, um sacrifício sem chance de recusa.

Anos depois, Caroline é confrontada com um de seus piores pesadelos: a pessoa que eles abandonaram está viva. Um fantasma do passado que surge para fazer suas certezas caírem por terra. Então, ela decide reunir os amigos para entender o que aconteceu. E talvez o encontro seja parte de algo maior... e maligno. Em Serpentário, Felipe Castilho mostra todo o seu talento ao mesclar referências do folclore e da mitologia a elementos da cultura pop, da ficção científica e do horror.