Minha revista Aventura na História acabou de chegar e ao folhear deparei-me uma reportagem sobre a operação babylift. Eu nunca tinha ouvido falar dessa operação que aconteceu durante a Guerra do Vietnã. Então, irei postar alguns trechos dela...
"O avião cargueiro está abarrotado de caixas de papelão, uma após a
outra. O conteúdo só é denunciado pelo choro incessante que sai de
dentro delas: são bebês. Os pequenos estão dispostos como sardinhas em
lata, dividindo o apertado espaço dos caixotes com mais um ou dois
companheiros de viagem. Outras dezenas de crianças estão presas por
cintos de segurança nos duros bancos de alumínio localizados nas
laterais da aeronave. Trata-se de mais um típico voo da Operação
Babylift, que, em abril de 1975, salvou mais de 3 mil órfãos vietnamitas
do agonizante cenário que culminou com a queda de Saigon e o final do
sangrento conflito, que durou dez anos.
A operação foi criada dois anos após a assinatura do tratado de
cessar-fogo entre Estados Unidos e Vietnã, em Paris. Na época, grupos
humanitários pressionavam o governo americano a criar uma operação de
evacuação, tendo como alvo principal as crianças. Assim, em 3 de abril
de 1975, o presidente Gerald Ford anunciou a Operação Babylift para
salvar 70 mil órfãos. “A verdade é que Ford não tinha muita opção. O
resgate já havia começado extra-oficialmente no dia 2 de abril, mesmo
sem apoio formal do governo”, explica o historiador Ben Kiernan, da
Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
O pior, contudo, aconteceu justamente após a oficialização. Durante o
primeiro vôo autorizado, um C5A Galaxy – na época o maior avião do
mundo – caiu logo após a decolagem de Saigon com mais de 400 crianças e
60 voluntários a bordo. Mas a habilidade dos pilotos, que conseguiram
fazer um pouso de emergência, impediu que a tragédia tomasse proporções
ainda maiores. “Foi uma manobra heróica, lembrada até hoje nos anais da
aviação americana.
Os pilotos inacreditavelmente conseguiram virar o
avião de volta para Saigon”, conta o veterano de guerra John Paul
Bollinger, que serviu na 101ª divisão de pára-quedistas da Força Aérea
americana. O esforço dos pilotos garantiu a sobrevivência de 170
tripulantes.
Após o acidente, a operação continuou em ritmo frenético, contando
com a ajuda de aviões de passageiros, aeronaves de carga e helicópteros.
O último vôo deixou o Vietnã em 26 de abril de 1975. Os bebês tiveram
como destino, além dos Estados Unidos, Austrália, Canadá e Europa. A
maioria dos bebês já vinham do Vietnã com seus futuros
pais adotivos definidos.
Desconfortável mesmo foi a ação coletiva movida contra o presidente
Ford e o secretário de Estado Henry Kissinger no final de 1975. As
acusações eram de procedimentos impróprios na evacuação das crianças.
Mais grave ainda: muitos dos supostos “órfãos” tinham pais em perfeita
saúde, que vieram reclamar seus filhos. Após uma exaustiva jornada de
depoimentos, entrevistas e exames, o processo foi encerrado e os réus,
absolvidos."(Revista Aventura na História -Natalia Yudenitsch)
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