Durante as mais de duas décadas em que atuou no FBI, o agente especial John Douglas tornou-se uma figura lendária. Em uma época em que a expressão serial killer, assassino em série, nem existia, Douglas foi um oficial exemplar na aplicação da lei e na perseguição aos mais conhecidos e sádicos homicidas de nosso tempo. Como Jack Crawford em O Silêncio dos Inocentes, Douglas confrontou, entrevistou e estudou dezenas de serial killers e assassinos, incluindo Charles Manson, Ted Bundy e Ed Gein.
Com uma habilidade fantástica de se colocar no lugar tanto da vítima quando no do criminoso, Douglas analisa cada cena de crime, revivendo as ações de um e de outro, definindo seus perfis, descrevendo seus hábitos e, sobretudo, prevendo seus próximos passos.
Com a força de um thriller, ainda que terrivelmente verdadeiro, Mindhunter: o primeiro caçador de serial killers americano é um fascinante relato da vida de um agente especial do FBI e da mente dos mais perturbados assassinos em série que ele perseguiu. A história de Douglas serviu de inspiração para a série homônima da Netflix, que conta com a direção de David Fincher (Garota Exemplar e Clube da Luta) e Jonathan Groff, Holt McCallany e Anna Torv.
1. "Mostra os serial killers como você nunca viu
Esqueça as mirabolantes caçadas policiais por um vago monstro sem rosto e sem nome. Em "Mindhunters", o foco está menos nas investigações e mais na busca pelas motivações dos assassinos em série, em uma época em que ainda havia pouquíssimo conhecimento sobre eles. As conversas entre os agentes e os criminosos revelam uma verdade inconveniente pouco explorada nos filmes do gênero: esses monstros, no fim das contas, são humanos. É perturbador conhecer suas histórias e ouvi-los falando, eloquente e levemente, sobre os crimes que cometeram, mas impossível de desligar a TV.
2. Ela tem seu próprio ritmo
A solução mais fácil para uma série sobre seria killers, ainda mais na Netflix, seria colocar dois agentes desvendando um caso atrás do outro, em um ritmo frenético ? sob medida para aqueles que estão acostumados a devorar uma temporada inteira em um fim de semana. Mas "Mindhunters" estabelece um ritmo próprio, em uma decisão acertadíssima. O espectador pode estranhar a lentidão dos dois primeiros episódios, mas no fim das contas ela serve bem à história, ao mesmo tempo em que ajuda o público a processar um tema que pode ser indigesto.
3. O elenco é excelente
Jonathan Groff e Holt McCallany, como os agentes Holden Ford e Bill Tench, respectivamente, estabelecem uma dinâmica crível e interessante como o jovem agente idealista e o veterano dividido entre os antigos métodos do FBI e a necessidade de se adaptar às novas demandas do trabalho. Separadamente, os dois também se entregam a seus papéis e constroem personagens interessantes de se assistir. Anna Torv, como a psicóloga Wendy Carr, que ajuda a dupla em seus estudos, também está ótima. O maior destaque, porém, é o ator Cameron Britton como Ed Kemper, o assassino falante e bem-educado que estuprou e matou várias mulheres.
4. Carrega o DNA de David Fincher
O cineasta por trás de "Seven", "Zodíaco", "Clube da Luta" e "Garota Exemplar" tem uma extensa experiência com tramas policiais, usada aqui a seu favor. Os personagens quase obsessivos, o suspense psicológico e a fotografia sóbria e milimetricamente calculada estão todos na série, o que deve agradar a quem já é fã do diretor. Ele dirige os dois primeiros e os dois últimos episódios da temporada."(https://cinema.uol.com.br/)
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