Há pouco eu estava assistindo o Jornal Hoje, sim eu assisto e leio jornais, e a reportagem sobre as cidades- esponja me chamou a atenção. Nunca tinha ouvido falar e fui buscar algumas informações na net e achei matérias fascinantes sobre esse assunto. E fico imaginando como o brasileiro sofre durante a primavera-verão com o alagamento das cidades, justamente pela ignorância de nossos governantes. E vamos continuar assistindo ainda por muitos anos tragédias que poderiam ser evitadas se nosso dinheiro dos impostos fossem empregados em nome do bem estar da população.
"Assim como grandes cidades brasileiras, várias partes do mundo sofreram com enchentes e inundações que causaram tragédias nas últimas décadas. Para enfrentar ou evitar catástrofes, urbanistas têm rejeitado soluções tradicionais – baseadas em bocas de lobo e encanamentos – em favor de novas formas de garantir a drenagem da água: criam, assim, as chamadas cidades-esponja.
O conceito parte da ideia central de que as metrópoles modernas lidam com a água de maneira errada. Em vez de coletar a água das chuvas e jogá-la o mais rápido possível nos rios – como ocorre habitualmente –, as cidades-esponja lançam mão de uma série de recursos que asseguram espaço e tempo para que a água seja absorvida pelo solo.
1. Inspiração ancestral na China
Em 2012, uma enchente causou a morte de quase 80 pessoas em Pequim, muitas delas afogadas ou eletrocutadas. Casas desabaram e estradas, metrô e até o aeroporto ficaram sob as águas.
No entanto, fotos de turistas tiradas na época mostraram a Cidade Proibida, construída centenas de anos atrás, completamente seca – graças a seu antigo sistema de drenagem.
A tragédia chamou a atenção das autoridades. A China, que viveu intenso processo de urbanização nos últimos anos, passou a ser um dos países que abraçou com mais força o conceito de cidade-esponja. Em Taizhou e Jinhua, por exemplo, muros de concreto que canalizavam rios foram demolidos e substituídos por parques.
Propostas semelhantes também têm sido adotadas em outras cidades pelo mundo, como Berlim, Copenhague e Nova York.
O arquiteto chinês Kongjian Yu explica que a proposta da cidade-esponja é preservar ecossistemas naturais, mais capazes de se recuperar das adversidades.
O arquiteto defende que construir cidades-esponja ajuda não só a enfrentar, no período das chuvas, a força da água, mas também a mantê-la fluindo pelas torneiras durante os meses mais secos do ano.
2. Parques alagáveis
A face mais visível do conceito de cidade-esponja são os parques desenhados especialmente para serem parcialmente alagados durante alguns meses do ano. Diversos locais do tipo foram projetados e inaugurados pelo escritório de Kongjian em cidades chinesas.
Em boa parte dos casos, esses espaços tem passarelas suspensas, com livre acesso o ano todo. A parte térrea, alagável, fica intransitável no período de cheias, mas pode ser usada pelos frequentadores durante a seca.
Um parque alagável geralmente vai muito além da criação de um espaço extra para as águas. Ele também conta com uma vegetação pensada para absorver a água e fomentar a biodiversidade local.
Para o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil em São Paulo (IAB-SP), Fernando Tulio, esses parques são uma alternativa aos piscinões, uma das soluções comumente adotadas por autoridades brasileiras.
Os parques alagáveis são mais comuns nas margens dos rios e nas costas, como no caso de Nova York, onde foi criado o Hunters Point South Park.
Mas também são encontrados em terrenos sem cursos d’água, que concentram água da chuva, como o parque Chulalongkorn, em Bangcoc, na Tailândia, e o parque de Qunli, na própria China.
3. Praças-piscina
Em Roterdã, na Holanda, a praça Benthemplein foi construída em 2013 adaptada para armazenar água nos dias de chuva.
O complexo, desenvolvido pelo escritório de arquitetura De Urbanisten, é composto por três bacias. Duas delas são subterrâneas e armazenam a água sempre que chove. A terceira é uma quadra de esportes abaixo do nível da rua que enche quando a chuva persiste (veja acima).
O armazenamento da água pode durar até 36 horas depois da chuva. Um sistema deixa a água fluir gradualmente, o que permite que ela volte para as reservas subterrâneas e nunca seja canalizada para o esgoto.
O equilíbrio das águas subterrâneas é especialmente importante durante os períodos de seca para manter as árvores e plantas da cidade em boas condições. A iniciativa acaba por reduzir o efeito da ilha de calor urbano. Parte a água, devidamente filtrada, é distribuída em bebedouros."
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