terça-feira, 9 de junho de 2020

A Covid 19 no Brasil e a Morte dos Índios

As mortes por Covid 19 aumentam dia a dia e já passou de 35 mil mortos, mas e os índios? Por que não se fala deles? Aqui em Mato Grosso "O povo Xavante somava 13 indígenas infectados pelo novo coronavírus até essa quinta-feira (4), segundo levantamento da Operação Amazônia Nativa (Opan). Até agora é a única etnia que tem índios contaminados."  
Atualmente, Mato Grosso conta com 55 mil indígenas que são atendidos por seis Dseis (Dados do Distrito Sanitário de Saúde Indígena). De acordo com a Operação Amazônica Nativa, o povo Xavante, o mais numeroso do estado, tem mais de 21 mil moradores distribuídos em nove terras indígenas.  
“Uma sucessão de fatores combinados agrava a exposição do povo Xavante ao novo coronavírus, como a precária estrutura básica de atendimento à saúde, aspectos de sua organização sociocultural, seu perfil epidemiológico e as pressões no entorno de seus territórios”, revela a pesquisa da Opan.
 

Se aqui no Mato Grosso os indígenas estão sem assistência médica imagina no restante do Brasil.? Se o presidente da república diz "e dai"? ignorando as milhares de mortes das populações urbanas, o que ele não dirá sobre as mortes dos índios? O cacique Raoni tem a resposta para essa dúvida...

"O cacique Raoni Metuktire, o porta-voz dos indígenas da Amazônia, é conhecido internacionalmente por dedicar sua vida na preservação das florestas. Hoje, 5, foi divulgada a informação de que ele acusou o presidente Jair Bolsonaro de querer "se aproveitar" da pandemia do novo coronavírus para eliminar as populações indígenas.

"O presidente Bolsonaro quer aproveitar e está falando que o índio tem que morrer, que os índios têm que acabar", afirmou o cacique do povo Kayapó, em entrevista à Agence France-Presse (AFP), feita por vídeo.

Segundo o líder indígena de 90 anos, "enquanto o novo coronavírus deixa mais de 33 mil mortos em todo o Brasil", a minoria autóctone ficou de lado. "O presidente Bolsonaro não pensa em nós, indígenas", disse.

Uma das principais críticas do cacique foi a precariedade do atendimento de saúde ao seu povo. Não por acaso, a população indígena morre duas vezes mais do que o resto da população. Para se ter uma ideia, na última quinta-feira, 4, foram totalizados 46,4 mil casos confirmados da Covid-19 no estado do Amazonas — estão entre eles, 668 indígenas, segundo boletim da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM).

"Aqui no Brasil, as autoridades nunca pensaram em remover um paciente nosso para ser tratado e curado em hospital de Brasília para depois retornar bem para sua aldeia", criticou o cacique. "Não sabemos o que eles (em Brasília) pensam de melhorar o atendimento à saúde do povo indígena", disse.

Ontem, 4, outro líder indígena também se manifestou. Foi o procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Eliésio Marubo. Ele disse que é esperado o genocídio da comunidade em decorrência do avanço do novo coronavírus. Isso inclui o extermínio total ou parcial dos indígenas da região.

“Nós já estamos trabalhando numa forma de instar as autoridades a justificarem porque esse contágio aconteceu e qual o plano de ação, como será desenvolvido" afirmou Marubo. "O genocídio já está anunciado no Vale do Javari e a partir de agora vamos contabilizar os corpos”, completou."(aventuranahistoria)

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