quarta-feira, 24 de junho de 2020
A Rodovia das "Lágrimas" no Canadá
Hoje, no Brasil é dia de S. João e não fosse a pandemia da Covid 19, as festas juninas estariam bombando pelo país. Mesmo não tendo festas, ainda é possível saborear as guloseimas como quentão, milho verde, canjica, curau, bolo de milho, pé-de-moleque, cocada, etc.
Há pouco eu estava lendo sobre o Canadá, meu sonho de consumo é conhecer principalmente no Outono, e encontrei algumas notícias sobre as mortes e desaparecimentos de mulheres. Mulheres morrerem no mundo inteiro, inclusive no Brasil, entretanto, as reportagens eram sobre mulheres indígenas canadense.
Sempre se fala no Canadá inglês e o francês e acabamos nos esquecendo que ali era um grande território de "índios". Os povos indígenas se estabeleceram no território canadense segundo os historiadores há 15 mil anos atrás; segundo arqueólogos, há 26.500 anos atrás. Isso aconteceu quando houve o nível dos oceanos baixou criando uma passagem entre a Euro-Ásia e a América.
Num outro post, eu irei falar sobre os descendentes dos antigos povos, mas agora vamos descobrir mais um pouco sobre o desaparecimento das mulheres.
"Uma estrada relativamente isolada da Colúmbia Britânica, Canadá, foi o motivo de horror para a comunidade local. Isso porque dezenas de mulheres desapareceram na Rodovia 16 ao longo de décadas.
A polícia local canadense realizou uma investigação acerca de 18 desaparecimentos e mortes que aconteceram entre 1969 e 2006 em um trecho específico da rodovia. Entretanto, ativistas das comunidades que sofreram com os casos estimam que o número seja ainda maior, totalizando 50 casos.
O trecho, apelidado de Rodovia das Lágrimas, tornou-se uma grande polêmica na Colúmbia Britânica, especialmente por envolver mulheres de origem indígena na maioria dos casos.
Ao longo da estrada — que percorre extensos 720 quilômetros — densas florestas são perpassadas, com placas alertando sobre animais na via e também aconselhando que garotas não deveriam pedir carona na estrada: um assassino estava à solta.
As comunidades indígenas do local são pouco assistidas pela política pública — embora uma das promessas de campanha do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, tenha sido maior segurança nessa via — e muitos dos moradores recorrem a caronas para se locomover. Casos
A filha de Matilda Wilson desapareceu em 1994. A mãe conta que quando procurou a polícia, os oficiais se recusaram a começar as investigações imediatamente. A mulher então decidiu buscar por conta própria o paradeiro da filha, e não conseguiu nenhuma informação em sete meses, até ter recebido uma ligação anônima dizendo que o corpo de Ramona — sua filha — fora desovado perto do aeroporto.
Ela tinha apenas 16 anos e fazia parte do time de beisebol feminino da escola em que estudava. Na noite em que sumiu, havia saído de casa para ir até um baile numa cidade próxima. Amigos que estavam no local confirmaram que ela nem sequer chegou à festa. Os policiais fizeram buscas, mas não encontraram nada. Em 1995, dez meses depois do desaparecimento, dois rapazes andavam de quadriciclo pelos arredores do aeroporto e acharam o corpo de Ramona enterrado ao pé de uma árvore.
A negligência dos policiais revoltou Wilson, que deu vida a um movimento popular que se tornou uma caminhada anual em nome das pessoas desaparecidas na região que não tiveram ajuda da polícia.
Movimento
A via, mais do que tudo, se tornou símbolo da luta contra a negligência dos serviços públicos para com os indígenas. Hoje, o local de enterro de Ramona recebe diversas homenagens das comunidades locais, para que nunca se esqueçam da vida da jovem, violentamente retirada de si.
A autoria de alguns dos assassinatos — poucos que puderam ser solucionados — revelaram a ação de três assassinos em série que agiram distintamente um do outro. As informações foram recolhidas a partir de um programa da Polícia Real Montada do Canadá apelidado de E-Pana.
O programa — que enfrentou cortes significativos em seu orçamento ao longo dos anos — buscava entender se as mortes eram causadas por apenas um assassino em série ou um grupo de assassinos que agiam no mesmo local dada a vulnerabilidade das meninas indígenas.
Por meio do E-Pana, o assassinato de Monica Jack, ocorrido em 1978 quando ela tinha apenas 12 anos, foi o primeiro a ser solucionado contando com uma sentença criminal e todos os processos judiciais ocorrendo. O autor do crime era Garry Taylor Handlen, sentenciado a prisão perpétua em 2019.
Muitos outros casos não foram resolvidos, e o que resta para as famílias das vítimas e para as comunidades locais — além de contar com a vontade da polícia — é continuar manifestando apoio aos movimentos de ajuda e orientar as pessoas quanto ao perigo da Rodovia das Lágrimas."
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