Domingão de muito calor e fumaça e nem parece que é inverno no Brasil. A História nunca deve ser esquecida mesmo num dia de descanso e ontem marcou os 75 anos da rendição japonesa durante a 2ª Guerra Mundial.
Naquele 15 de agosto de 1945, ao meio dia, pela primeira vez o monarca Hirohito iria falar diretamente a seus súditos. Até então, seus decretos eram sempre lidos por algum emissário.Em aparições públicas, ninguém estava autorizado a olhar diretamente para o soberano. Tocá-lo era proibido até mesmo para seus médicos e alfaiates. Ele era o deus vivo, descendente da deusa do Sol, Amaterasu.
Ele anunciava para os súditos o fim da guerra e dizia que concordara com o acordo proposto pelos países aliados. Sem mencionar as palavras rendição ou derrota, dizia que a guerra já causara muitas mortes e precisava acabar. Conclamou todos a tolerar o intolerável e disse que, ao testemunhar a morte de seus súditos e as dificuldades pelas quais seu povo agora passava, seus órgãos vitais partiam-se.
Lembrando que o ato de rendição foi considerado por muitos japoneses como uma traição e alguns ainda continuaram os combates por algum tempo. Mesmo tendo passado 75 anos da rendição ainda há controvérsias pelo ato do imperador Hirohito.
"O Japão recordou neste sábado (15/08) os 75 anos da rendição do país na Segunda Guerra Mundial em uma reduzida cerimônia em Tóquio, devido à pandemia de covid-19, com a presença do primeiro-ministro Shinzo Abe e do imperador Naruhito.
Em meio aos temores do coronavírus e preocupações com o desvanecimento das memórias da geração que viveu a guerra e está envelhecendo, cerca de 500 pessoas – em comparação com as 6.200 no ano passado – homenagearam os japoneses mortos no conflito com um minuto de silêncio. Máscaras eram obrigatórias, e não se cantou o tradicional Kimigayo, hino nacional do Japão.
Enquanto o imperador expressou "profundo remorso" pelo papel de seu país no conflito, não foram ouvidas palavras de desculpas por parte de Abe, que agradeceu os sacrifícios dos japoneses mortos na guerra, mas não mencionou o sofrimento que afligiu países vizinhos.
Em breve discurso durante a cerimônia na capital japonesa, Naruhito destacou a importância de se refletir sobre os eventos da Segunda Guerra para que a tragédia não se repita. "Olhando para o longo período de paz do pós-guerra, refletindo sobre nosso passado e tendo em mente os sentimentos de remorso profundo, espero sinceramente que as devastações da guerra nunca se repitam", disse o imperador.
Ele ainda prometeu seguir os passos de seu pai, o antigo imperador Akihito, que dedicou seu reinado de 30 anos para reparar uma guerra travada em nome de Hirohito, avô do atual imperador. Foi Hirohito quem anunciou a rendição do Japão em 15 de agosto de 1945, em um discurso sem precedentes na rádio, que marcou a primeira vez em que os cidadãos do país ouviram a voz do então monarca.
Em um discurso amplamente focado em assuntos domésticos, Abe afirmou que a paz que o Japão desfruta hoje foi construída com o sacrifício daqueles que morreram no conflito. Assim como Naruhito, ele também afirmou que o país deve refletir sobre as lições da história para não repetir a devastação da guerra.
O premiê ainda listou os danos infligidos ao Japão e seu povo durante a Segunda Guerra, como as bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945, o bombardeamento de Tóquio, entre 1942 e 1945, e a Batalha de Okinawa, em 1945, uma das maiores da história."
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