quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Histórias sobre o Cemitério da Piedade

Na rua Batista das Neves, além das casas de adobe e telhas de barro, mansão como a da família Vieira,na esquina da rua Campo Grande com a Batista das Neves, hoje abandonada, casarões em todos os estilos, ainda está no mesmo lugar o Cemitério da Piedade.

Como já disse anteriormente, era costume ficarmos ouvindo as histórias ao anoitecer na porta da casa de nossa vizinha. Eu nunca entendi  porque as histórias de terror sempre eram contadas de noite, talvez o fato do Cemitério  estar tão perto provocasse o medo em todos nós.

O Cemitério da Piedade  é considerado patrimônio cultural representado pela sua Fachada Principal com duas colunas da cada lado do portão, de estilo eclético: o portão de ferro da época e o frontispício retratando traços neoclássicos.

O primeiro Cemitério Público da Província de Mato Grosso, construído por volta de 1875,  remonta sua história, no contexto das transformações surgidas  nas cidades modernas, no decorrer do século XIX. Exige-se que as cidades adotem os princípios das mudanças.Naquela época envolvia também, as mudanças dos hábitos para proporcionar a higienização das cidades e a estruturação do espaço urbano.

 Assim nasceu os cemitérios, com recomendações que deveriam ser cercados de muros com grades na altura de 10 palmos e um portão e que constassem de uma capela.

As historias de assombrações eram inúmeras e os pais também faziam as crianças acreditar em sua existência. Mãe costumava dizer que ao meio-dia as almas saiam do Cemitério e pegavam as crianças que estavam acordadas. Nós acabávamos de almoçar e íamos dormir para não sermos pegos.

Certa vez num domingo à tarde, fomos passeando até o Cemitério. Enquanto o pai e a mãe conversavam nós fomos olhar através do portão. E para nossa surpresa, lá dentro havia um homem! Nós começavamos a falar todos ao mesmo tempo e os dois disseram que não havia ninguém lá. A mãe disse:" o cemitério está fechado e não tem como alguém estar lá dentro".Como nós cinco vimos, não poderia ser mentira. Aí surgiu mais um motivo para ter medo daquele lugar.

 Uma outra passagem interessante aconteceu com a irmã de uma menina, que morava num casarão em frente da praça, esse casarão ainda está lá e ele realmente dá medo só de olhar, e foi o seguinte : a irmã dela dormia num dos quartos da frente e numa noite ela acordou com alguém segurando sua mão. Não seria tão assustador se a mão fosse normal, mas a mão era peluda e ela deu um grito apavorante. Quando o pai dela saiu para fora não encontrou ninguém. E o fato virou mais uma história de terror da praça da Boa Morte.

Até quando ministrei aulas na UFMT ouvi histórias de assombrações que rondam o entorno do Cemitério da Piedade, Avenida Mato Grosso, Bairro Aráes, etc.

 Já não existem exímios contadores de histórias de terror, acredito que " ao acender a luz  elétríca o medo de assombrações acabou". Eu já não tenho medo, pois o Espiritismo me trouxe respostas sobre a vida após a morte, entretanto, ainda sinto arrepio quando frequento certos lugares em Cuiabá.


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