sexta-feira, 12 de abril de 2019

Motivos para assistir Boneca Russa - Série

E a sexta-feira chegou, então que tal relaxar maratonando uma série na netflix? O sucesso do momento é Boneca Russa e para não ficar alheio aos comentários eu recomendo...
"1. Equipe

Nenhum filme ou série é bom à toa: existe uma equipe por trás de cada detalhe que faz a coisa acontecer. Boneca Russa só é tão completa, porque é 360 em todos os sentidos, mas, principalmente, pela perfeita união de todas as áreas envolvidas – nada deixa a desejar. Porém, para além da parte técnica, a série tem uma equipe majoritariamente feminina: são três diretoras (Leslye Headland, Jamie Babbit e Natasha Lyonne); sete roteiristas (Leslye Headland, Natasha Lyonne, Amy Poehler, Allison Silverman, Jocelyn Bioh, Flora Birnbaum e Cirocco Dunlap); cinco produtoras executivas (Lilly Burns, Leslye Headland, Natasha Lyonne, Amy Poehler, Allison Silverman); uma editora (Laura Weinberg); uma decoradora de set (Jessica Petrucelli); uma figurinista (Jennifer Rogien) e cinco maquiadoras (Amy L. Forsythe, Elvira Gonzales, Heidi Pakdel, Amanda Miller e Danielle Minnella). Isso reflete diretamente no tratamento das personagens femininas e no desenvolvimento das mesmas.

2. Roteiro

 Nadia Vulvokov (Natasha Lyonne) é uma mulher que, ao completar 36 anos, se vê presa em um looping eterno (interno? externo? deixo aqui o questionamento para quando você assistir, prestar atenção) entre vida-morte que a leva de volta para a sua festa de aniversário. Logo no primeiro episódio ela morre acidentalmente diversas vezes até começar a entender (ou tentar) o que está acontecendo – movimento muito interessante para o espectador, que está lado a lado com a protagonista desvendando esse mistério psicológico-físico-fantástico. O que garante a despretensiosidade comentada anteriormente são os diálogos incríveis – acidez, ironia e comédia se misturam em falas brilhantes. As frustrações de Nadia em relação aos acontecimentos a levam conhecer Alan Zaveri (Charlie Barnett), que sofre com o mesmo problema. Os dois personagens sofrem com questões psicológicas distintas, que deixaram de lado ou tentaram recalcar de alguma forma em seus respectivos inconscientes e, agora, parecem não deixá-los em paz.

3. Trilha sonora

Temos uma festa de aniversário. Temos um looping de espaço-tempo/morte-vida. Toda vez que Nadia volta a viver, está tocando Gotta get up, de Harry Nilsson – que teve um aumento de busca astronômico no Spotify após a série ser lançada. Além da marca registrada sonora de Boneca Russa, Joe Wong nos dá pinceladas de músicas indie e eletrônicas nos oito episódios. Elas dão o tom das cenas mais tensas até as mais divertidas, sem interferir negativamente na narrativa – existem algumas escolhas musicais óbvias demais, que acabam deixando um filme ou série monótonos demais e, por consequência, interferindo no resultado final da percepção da produção.

4. Cenários

 Como estamos falando de um eterno looping, onde cada “vida” coleciona novos acontecimentos, os cenários se tornam uma parte importante da narrativa. Assim como os comportamentos e reações de Nadia ao espaço-tempo acrescentam camadas narrativas, as locações e ambientações também. Ela sempre “acorda” no mesmo banheiro todo preto do apartamento de sua amiga e artista plástica Maxine (Greta Lee), mas nada nunca é igual – algumas coisas, inclusive, somem, vale reparar. Ao escolher traçar uma nova direção, conversar com uma nova pessoa, Nadia nos leva à cenários diversos, que contribuem para a construção da solução da personagem e para a nossa compreensão de quem é essa Nadia. Além da casa de Maxine, onde acontece sua festa de 36 anos, também vemos bastante a casa de Ruth (Elizabeth Ashley), mulher que criou a protagonista e, depois do quinto episódio, o apartamento meticuloso do coadjuvante Alan. O design de produção apaixonante é assinado por Michael Bricker."

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