domingo, 26 de abril de 2020

A Fake News por trás da Sopa de Morcego

Domingão amanheceu quente e algumas nuvens estão se formando, mas não há garantia que vai chover. Enquanto esperamos pelo almoço eu estava lendo sobre algumas guloseimas exóticas e encontrei algo sobre a sopa de morcego. 

É uma iguaria chinesa e muitos desinformados disseram que a Covid 19 surgiu na cidade de Wuhan por causa dela. Será mesmo?Sopas de morcego não são exclusivas da região de Wuhan, e também são pratos existentes na África (em países como Serra Leoa e Guiné), na Oceania e até mesmo na própria Europa (apesar de o costume ter sido deixado de lado, a sopa de morcego foi durante muito tempo uma iguaria da província de Vicenza, na Itália).
Então, nada de morcego: de acordo com os cientistas que estão estudando o vírus, a maior probabilidade é de que ele tenha se originado de algumas cobras, mais precisamente o krait chinês e a naja atra, comuns na região de Wuhan.
Por enquanto, ainda é muita cedo para se cravar que o vírus tenha surgido exatamente das cobra ou de outro animal, mas como os morcegos fazem parte da alimentação dessas cobras, uma teoria é de que, assim como com o SARS e o MERS, o coronavírus tenha se desenvolvido dentro de morcegos que foram devorados por cobras, e então teria passado por mutações no corpo do réptil. Isso teria ajudado-o a se tornar tão nocivo para humanos, mas ainda é uma hipótese que precisa ser comprovada por mais estudos.

"De onde veio o coronavírus? essa pergunta tem sido um enorme motivo para debates na internet. Diante dessa incerteza, inúmeras fake news tem circulado, e um dos fatos falsos mais difundidos é que o coronavírus teria se originado devido ao consumo de sopas de morcego.

Mas não é possível afirmar que esses animais são vetores do covid-19. A sopa de morcego não é particularmente comum na China. E de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), não existe nenhuma comprovação científica de que essa refeição tenha sido a responsável pela disseminação da doença no país asiático.

A falsa ideia de que a sopa de morcego teria originado o coronavírus surgiu por meio de vídeos, que supostamente mostravam chineses comendo esses animais voadores. Segundo o site boatos.org, parceiro do Ministério da Saúde, um dos vídeos responsável pela fake news foi feito por uma influenciadora digital, há mais de 4 anos, antes mesmo do surgimento do coronavírus.

O filme causou uma enorme polêmica e está hoje fora do ar. No vídeo, uma mulher chinesa aparece mostrando um morcego cozido. Ela elogia o quitute, ao dizer que “tem gosto de frango”.

O problema é que o vídeo fez com que alguns internautas começassem a culpar os hábitos alimentares dos chineses da cidade de Wuhan pelo surgimento e contágio do coronavírus.

Só que o mais preocupante é que a filmagem não foi feita em Wuhan ( considerada o epicentro da doença) - e nem se quer na China. Na verdade, o vídeo foi produzido em 2016, e mostra a blogueira e apresentadora Mengyum Wang durante uma viagem a Palau, um arquipélago no oceano Pacífico.

Wang se desculpou pelo filme, afirmando que estava "apenas tentando apresentar a vida das pessoas locais". Segundo a própria blogueira, ela também não sabia que morcegos poderiam transmitir o vírus.

Mas os morcegos não são os culpados. E se não eles, quem ou o quê seria? a hipótese mais comum para explicar a pandemia do coronavírus é que ele surgiu do comércio ilegal de animais selvagens, em Wuhan ( apontar o bicho que pode ter originado a doença de alguma forma não é possível).

Mas, por enquanto, melhor ficar com essa questão ainda em aberto e sob investigação por parte dos cientistas, evitando a divulgação de informações falsas. Para combater as Fake News, o Ministério da Saúde, está até disponibilizando um número de WhatsApp.

O canal não é um SAC ou tira dúvidas dos usuários, mas um meio para receber informações virais, que serão investigadas e respondidas oficialmente se são verdade ou mentira. Qualquer um pode enviar de graça mensagens com imagens ou textos que tenha recebido nas redes sociais para o número (61) 99289-4640. "(revistaaventuranahistoria)

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