sábado, 13 de junho de 2020

Obra de Machado de Assis esgota nos Estados Unidos

 Memórias póstumas de Brás Cubas' é relançado nos Estados Unidos, e ...
Sabadão ensolarado e com uma brisa fresca no ar e também é dia de Santo Antônio, casamenteiro segundo a tradição católica.
 

Há pouco estava lendo sobre a repercussão do livro de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas nos Estados Unidos. Nossa e pensar que os alunos do Ensino Médio no Brasil, detestam ler os clássicos do Bruxo do Cosme Velho. Ou qualquer outro clássico que os faça pensar demais.

Eu como uma leitora voraz, li todos os clássicos antes de ir para o Ensino Médio. Nunca tive um favorito, entretanto Machado de Assis era o que mais lia atentamente, afinal é na entrelinhas que ele colocava os segredos de seus personagens.

"O famoso romance de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, recebeu uma edição em inglês que foi lançada nos Estados Unidos na última terça-feira, 02/6, pela Penguim Classics.

Em apenas um dia, os exemplares foram esgotados. Além do aumento da fama do Bruxo do Cosme Velho no exterior, o fato ocorreu também com divulgação de texto de David Eggers — responsável pelo prefácio da edição — elogiando a obra brasileira no The New York Times.

Eggers publicou uma resenha em que aborda a obra pioneira do realismo como “um dos livros mais espirituosos já escritos”, em referência à linguagem bem construída e até jocosa de Machado. O romance, que foi distribuído na Amazon como literatura caribenha e latino-americana, está em destaque entre as obras realistas veiculadas na internet.

Nos EUA, o livro é abordado como Realismo Fantástico (corrente conhecida pelo autor Gabriel García Márquez), porém, essa atribuição não é feita no Brasil. A singularidade da obra de Machado, que possibilita essa múltipla categorização, está sendo veiculada nos EUA, numa série de traduções editadas no país.

A obra foi traduzida pela brasilianista da Universidade de Brown, Flora Thompson-DeVeaux, com prefácio de Eggers. Pouco lido pela comunidade estadunidense, Machado está cada vez mais famoso nos EUA e pode abrir as portas para a divulgação ampla da literatura brasileira no mundo.


Quando Memórias Póstumas foi lançado, no século 19, o cunhado de Machado precisou consolá-lo porque o livro foi praticamente ignorado: “E se a maioria do público leitor não entendeu seu último livro? Há livros que são para todos, e livro que são para poucos – o seu último é do segundo tipo, e eu sei que ele foi apreciado por aqueles que o entenderam – além disso, como você sabe bem, os melhores livros não são os que estão mais em voga.”

Até hoje, o livro é lembrado por adolescentes como uma obrigação monótona do currículo escolar. É uma pena que o colégio tenha manchado a fama de Machado: ele é sutil e conta histórias que realmente dão vontade de ler – intercaladas com comentários e divagações que realmente dão vontade de rir. É um livro para todos, e não só para alguns. O vocabulário obviamente é antiquado em alguns momentos – mas não é culpa do Machado que ele viveu um século antes de você. Agora é esperar os gringos descobrirem Dom Casmurro. Será que eles vão acreditar em Bentinho ou Capitu?


Uma nova vinculação na Amazon, de tradução de Margareth Jull Costa (Posthumous Memoirs of Brás Cubas: A Novel), já está disponível, com data de 16 de junho."(aventuranahistoria)

Nenhum comentário:

Postar um comentário