segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Alterações Climáticas durante a 1ª Guerra Mundial

Gripe espanhola – Wikipédia, a enciclopédia livre
A pandemia do coronavírus ou Covid 19 ainda está afetando o Mundo. E mesmo que no Brasil a vida pareça "normal", na Europa já existe a preocupação com a 2ª Onda que está atingindo a população novamente. Como o Outono está em andamento, os governos já estão se preparando para quando o Inverno chegar em 21 de dezembro.

O cientistas estão estudando a Europa da 1ª Guerra Mundial, 1914-1918, quando a Gripe Espanhola ceifou milhares de vidas nos campos de batalha e fora deles. Esses estudos são muito importantes para entender como as epidemias, principalmente a Covid 19, afetam as populações. E ainda tem governo que faz questão de atacar as Ciências e os Cientistas, sim isso está acontecendo em pleno Séc. XXI e todos sabemos que no Brasil isso vem acontecendo com frequência.

"A partir da análise dos padrões meteorológicos da Europa entre 1914 e 1919, cientistas descobriram algo curioso. Segundo as pesquisas, uma anomalia climática pode ter agravado o número de mortes ocorridas ao longo do período.

Contando com os dados de antigos registros, ficou claro que as chuvas torrenciais e a queda na temperatura da época inpactaram no índice de vítimas da Primeira Guerra Mundial e da pandemia da Gripe Espanhola. Nesse sentido, a anomalia, que ocorre uma vez a cada 100 anos, não é a causa das mortes, mas sim um potencializador.
 

Segundo o cientista climático Alexander More, da Universidade de Harvard, o clima da época contou com muitas chuvas e um clima absolutamente frio, que duraram seis anos. Assim, da mesma forma que os soldados nos campos de batalha lutavam pela vida, os afogamentos, a exposição e a pneumonia também ceifaram várias vidas.
 

Um time de vários cientistas coletou e analisou um registro no gelo dos Alpes para reconstruir as condições ambientais da Europa durante a Primeira Guerra. O processo envolveu o uso de um laser que derrete uma pequena parte da superfície congelada e a análise dos químicos liberados por cada camada de vapor. É uma técnica tão precisa que pode apontar as temporadas exatas de cada camada de gelo.

Pesquisadores então compararam os dados do gelo com registros históricos de mortes durante o período e de chuvas e temperaturas de cada mês.

Os pesquisadores descobriram que a persistência do frio e da umidade no clima durante os invernos de 1915, 1916 e 1918 foram causadas por lufadas intensas de ventos do Atlântico Norte. As mortes na Europa atingiram o pico três vezes durante a Guerra, e todas as vezes ocorreram durante ou pouco depois de grandes chuvas e temperaturas frias, de acordo com o estudo.

Dessa forma, de acordo com os cientistas, diversos outros fatores podem ter deixado a Primeira Guerra e a Gripe Espanhola ainda mais fatais. A migração dos pássaros para o campo de batalha (que piorou as condições higiênicas), as baixas temperaturas e ambos os episódios transformaram o período em um momento friamente mortal.

Isso significa que mais patos-reais permaneceram na Europa, onde podiam continuar a transmitir a gripe para os humanos através de água contaminada pelos dejetos dos animais.

“É interessante pensar que cada chuva intensa pode ter acelerado o contágio do vírus”, disse Philip Landrigan, diretor do Programa de Saúde Pública da Boston College, que não está ligada ao novo estudo.

“Uma das coisas que aprendemos na pandemia da Covid-19 é que o vírus tende a continuar ativo por mais tempo no ar úmido do que no ar seco. Faz sentido que o ar da Europa estivesse carregado de umidade durante os anos da Primeira Guerra Mundial, e a transmissão do vírus pode ter sido acelerada.”

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