sábado, 31 de outubro de 2020

Mulheres na Fogueira

 Inquisição - Caça as bruxas em 2020 | Bruxas, Arte estética, Inquisição

Hoje, o Halloween deste ano contará com uma participação extraterrena especial. À noite ocorrerá um evento chamado "Lua Azul", que nada mais é que a aparição de uma segunda Lua Cheia em um único mês. A próxima dará as caras por aqui apenas em 2023 – em 31 de agosto, sem a magia de uma data especial.

Nos Estados Unidos, a tradição do Halloween é muito forte. Foi trazida por imigrantes irlandeses no século XIX e como alguns sabem era uma tradição da Civilização Celta. Os celtas celebravam o festival de Samhain, o qual tinha a duração de 3 dias, com início no dia 31 de outubro. Nela, além de se comemorar o fim do verão, comemorava-se a passagem do ano celta, que tinha início no dia 1 de novembro.

Acreditava-se que nesse dia os mortos se levantavam e se apoderavam dos corpos dos vivos. Por esse motivo, eram usadas fantasias e a festa era repleta de artefatos sombrios com o intuito principal de se defenderem desses maus espíritos.

Mais tarde, durante a Idade Média, séc. IV-XV, a Igreja Católica começou a condenar o evento, e daí surgiu o nome “Dia das Bruxas”. Assim, na tentativa de afastar o caráter pagão da festa, a igreja promoveu alterações no calendário, de modo que o Dia de Todos os Santos passou a ser comemorado no dia 1 de novembro, o que antes acontecia no dia 13 de maio.

Daí que o nome Halloween decorra da junção das palavras hallow, que significa "santo", e eve, que significa "véspera".

 A Inquisição havia nascido no século 12 como forma de eliminar heresias como o catarismo e o valdismo. Mais de um século depois, passou a olhar para a bruxaria como uma forma de heresia. Em seu auge, nos séculos 16 e 17, estima-se que a Inquisição matou até 100 mil pessoas, entre mulheres, homens e crianças.

No entanto, as mulheres eram o principal alvo de possíveis adeptos a bruxaria. Os motivos são diversos, e de certa forma, contestáveis. Seja por estarem conquistando mais liberdades, ou quebrando normas sociais vigentes, elas eram vistas como uma terrível ameaça. O clérigo católico Heinrich Kramer afirmou em 1487, no seu livro, Malleus Maleficarum, que “as mulheres têm tendência natural a se tornarem bruxas".

Então, vamos conhecer três mulheres que foram para a fogueira durante a Idade Moderna.

 Bridget Bishop 1632-1692 | The Witches United Amino

"1. Bridget Bishop

É, até hoje, uma das mais famosas mulheres acusadas de bruxaria da História. Ela foi a primeira pessoa a ser morta na infame caça às bruxas de Salem. Na época com 60 anos, tinha sido casada três vezes e optava por usar seu nome de solteira, o suficiente para que moradores da região espalhassem absurdos rumores sobre sua vida.

Bishop foi acusada de todo tipo de comportamento mágico e maléfico. Afirmavam que ela se materializava nos quartos e nas camas dos homens da aldeia, fazia maçãs voarem, atravessava portas fechadas e torturaria as meninas adolescentes, ameaçando-as de morte.

Muitas pessoas testemunharam contra Bridget, alegando que ela ou os perseguia, ou já havia os atormentado de alguma forma, algo que ela sempre negou. Um júri de mulheres ficou encarregado de revistar o corpo da acusada, em busca da marca do diabo. Um terceiro mamilo teria sido encontrado, e na revista seguinte, já não conseguiam encontrar nada de anormal em seu corpo.

Foi condenada a morte por enforcamento em 10 de junho de 1692, marcando o início de centenas de morte que viriam a acontecer na cidade de Salem.

 10 Little Known Witch Trials From History

2.  Gwen Ferch

 Gwen Ferch nasceu em 1542, e morava no Vale de Clwyd, no País de Gales. Foi a primeira pessoa acusada e executada por bruxaria no país. Ferch foi casada três vezes, sendo que nas duas primeiras seu marido morreu de forma misteriosa, enquanto o terceiro tem seu destino incerto.

Ela ganhava o sustento fabricando roupas de linho e fazendo ocasionais trabalhos de cura. Apesar do uso de feitiços verbais não ser uma prática anormal no País de Gales, Gwen se destacou por usar um encanto conhecido por, se praticado ao contrário, causar destruição, e não a cura do doente.

Foi examinada pelo bispo William Hughes, e diferentes testemunhas a acusaram de bruxaria. Entre as afirmações estava a de que ela teria levado uma criança à loucura, e ter causado a morte de um homem doente após se encontrar com ele. Ferch foi considerada culpada e enforcada na praça da cidade de Denbigh, em 1594.

3. Agnes Sampson

Agnes Sampson era uma famosa curandeira que morava em Nether Keith, na Escócia. No século 16, desempenhava o papel de parteira na região onde morava. Viúva, e com filhos, rumores alegavam que Agnes, devido a sua sabedoria e experiência, possuía poderes mágicos.

Quando a caça às bruxas se instalou na Escócia, em meados de 1590, Sampson foi uma das mulheres levadas ao palácio do rei James VI, sob a acusação de bruxaria. Inicialmente, a mulher negou que tinha qualquer envolvimento com magia negra. Levaram-na para a masmorra, onde ela foi submetida a brutais sessões de tortura, durante dias.

Rasparam o cabelo de Sampson e arrancaram suas roupas em busca da marca do diabo — algo que toda bruxa recebia no momento que aceitavam a servidão —, mas sem sucesso. Os guardas reais decidiram então aumentar a tortura, com o uso do torniquete, um aparelho que apertava o pescoço da vítima.

Foi quando Agnes sucumbiu e aceitou todas as acusações do rei. Segundo o embaixador inglês, Robert Bowes, a bruxa havia confessado ter tentado lançar feitiços contra o monarca. Sampson foi condenada a morte por bruxaria, e queimada na fogueira em 28 de janeiro de 1591.

Uma lenda afirma que o fantasma de Agnes ainda está preso no Palácio de Holyrood, em Edimburgo, aparecendo nua e careca para assombrar quem passa pelo local."(aventuranahistoria)

 Julgamentos das bruxas de North Berwick – Wikipédia, a enciclopédia livre

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