E a sexta-feira chegou, então que tal relaxar maratonando uma série na netflix? O sucesso do momento é Boneca Russa e para não ficar alheio aos comentários eu recomendo...
"1. Equipe
Nenhum filme ou série é bom à toa: existe uma equipe por trás de cada detalhe que faz a coisa acontecer. Boneca Russa
só é tão completa, porque é 360 em todos os sentidos, mas,
principalmente, pela perfeita união de todas as áreas envolvidas – nada
deixa a desejar. Porém, para além da parte técnica, a série tem uma
equipe majoritariamente feminina: são três diretoras (Leslye Headland,
Jamie Babbit e Natasha Lyonne); sete roteiristas (Leslye Headland,
Natasha Lyonne, Amy Poehler, Allison Silverman, Jocelyn Bioh, Flora
Birnbaum e Cirocco Dunlap); cinco produtoras executivas (Lilly Burns,
Leslye Headland, Natasha Lyonne, Amy Poehler, Allison Silverman); uma
editora (Laura Weinberg); uma decoradora de set (Jessica Petrucelli);
uma figurinista (Jennifer Rogien) e cinco maquiadoras (Amy L. Forsythe,
Elvira Gonzales, Heidi Pakdel, Amanda Miller e Danielle Minnella). Isso
reflete diretamente no tratamento das personagens femininas e no
desenvolvimento das mesmas.
2. Roteiro
Nadia Vulvokov (Natasha Lyonne) é uma mulher que, ao completar 36 anos,
se vê presa em um looping eterno (interno? externo? deixo aqui o
questionamento para quando você assistir, prestar atenção) entre
vida-morte que a leva de volta para a sua festa de aniversário. Logo no
primeiro episódio ela morre acidentalmente diversas vezes até começar a
entender (ou tentar) o que está acontecendo – movimento muito
interessante para o espectador, que está lado a lado com a protagonista
desvendando esse mistério psicológico-físico-fantástico. O que garante a
despretensiosidade comentada anteriormente são os diálogos incríveis –
acidez, ironia e comédia se misturam em falas brilhantes. As frustrações
de Nadia em relação aos acontecimentos a levam conhecer Alan Zaveri
(Charlie Barnett), que sofre com o mesmo problema. Os dois personagens
sofrem com questões psicológicas distintas, que deixaram de lado ou
tentaram recalcar de alguma forma em seus respectivos inconscientes e,
agora, parecem não deixá-los em paz.
3. Trilha sonora
Temos uma festa de aniversário. Temos um looping de
espaço-tempo/morte-vida. Toda vez que Nadia volta a viver, está tocando
Gotta get up, de Harry Nilsson – que teve um aumento de busca
astronômico no Spotify após a série ser lançada. Além da marca
registrada sonora de Boneca Russa, Joe Wong nos dá pinceladas de músicas
indie e eletrônicas nos oito episódios. Elas dão o tom das cenas mais
tensas até as mais divertidas, sem interferir negativamente na narrativa
– existem algumas escolhas musicais óbvias demais, que acabam deixando
um filme ou série monótonos demais e, por consequência, interferindo no
resultado final da percepção da produção.
4. Cenários
Como estamos falando de um eterno looping, onde cada “vida” coleciona
novos acontecimentos, os cenários se tornam uma parte importante da
narrativa. Assim como os comportamentos e reações de Nadia ao
espaço-tempo acrescentam camadas narrativas, as locações e ambientações
também. Ela sempre “acorda” no mesmo banheiro todo preto do apartamento
de sua amiga e artista plástica Maxine (Greta Lee), mas nada nunca é
igual – algumas coisas, inclusive, somem, vale reparar. Ao escolher
traçar uma nova direção, conversar com uma nova pessoa, Nadia nos leva à
cenários diversos, que contribuem para a construção da solução da
personagem e para a nossa compreensão de quem é essa Nadia. Além da casa
de Maxine, onde acontece sua festa de 36 anos, também vemos bastante a
casa de Ruth (Elizabeth Ashley), mulher que criou a protagonista e,
depois do quinto episódio, o apartamento meticuloso do coadjuvante Alan.
O design de produção apaixonante é assinado por Michael Bricker."
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