Hoje, dia 3 de maio, a Igreja celebra no Rito Romano o dia em que Santa Helena encontrou a Santa Cruz de Cristo.
É uma data simbólica, pois há controvérsias quanto à data histórica
exata em que as buscas promovidas pela mãe do imperador Constantino de
fato identificaram a Vera Cruz, como foi chamada a verdadeira Cruz em que Jesus foi morto no Gólgota. Esse evento, em latim, é chamado de “Inventio Sanctae Crucis“, literalmente “Encontro da Santa Cruz“.
A palavra “inventio“, que vem do verbo “invenire” (encontrar), tem sido traduzida de modo discutível como “invenção“,
termo dúbio que, no português atual, pode dar a impressão de que a cruz
foi “inventada” em vez de encontrada. Mesmo assim, ainda é frequente em
muitas fontes católicas ler a antiga expressão “Invenção da Santa Cruz“, com o sentido etimológico de encontro.
E de acordo com a tradição, hoje deveria ter um frio, aliás o primeiro frio do Outono/Inverno, pelo menos a chuva tem caído desde o dia 1 de maio.
"De acordo com o Breviário Romano:
Após aquela insigne vitória que o imperador Constantino obteve sobre
Maxêncio, quando recebeu de Deus o sinal da Cruz do Senhor (“In hoc signo vinces“),
Santa Helena, mãe de Constantino, tendo recebido uma revelação num
sonho, foi a Jerusalém para procurar zelosamente a Cruz. Lá cuidou ela
de destruir a imagem de Vênus, em mármore, que, para apagar a memória da
paixão de Cristo Senhor, os gentios haviam colocado no lugar da Cruz e
que ali permanecera durante cerca de 180 anos. O mesmo ela fez no
presépio do Salvador, onde fora posto um simulacro de Adônis, e no lugar
da ressurreição, onde haviam colocado um de Júpiter.
Purgado, assim, o local da Cruz, foram encontradas depois de
profundas escavações três cruzes, e, à parte delas, a inscrição que
havia sido posta sobre a Cruz do Senhor. Como não se sabia sobre qual
das três ele deveria ser afixado, um milagre sanou a dúvida. Eis que
Macário, bispo de Jerusalém, tendo elevado preces a Deus, levou cada uma
das cruzes a três mulheres que sofriam de grave enfermidade, e,
enquanto as demais de nada serviram às mulheres, a terceira Cruz, levada
à terceira mulher, curou-a imediatamente.
Santa Helena, tendo encontrado a Cruz da salvação, construiu ali uma
igreja magnificentíssima, na qual depositou parte da Cruz em urnas de
prata, entregando outra parte a seu filho, Constantino, que a levou a
Roma, à igreja da Santa Cruz de Jerusalém, edificada no palácio
Sessoriano. Ela também entregou ao filho os cravos que trespassaram o
Santíssimo Corpo de Jesus Cristo. Naquele tempo, Constantino sancionou
uma lei para que, desde então, ninguém fosse condenado ao suplício da
cruz, e aquilo que antes era castigo e maldição para os homens passou a
ser glória e objeto de veneração."
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