O Japão recordou com grande emoção nesta quinta-feira o 10º aniversário da catástrofe tripla de 11 de março de 2011 - um terremoto, um tsunami e um acidente nuclear -, que traumatizou o país para sempre. Às 14H46 (2H46 de Brasília), horário em que o terremoto sacudiu o nordeste do país em 2011, os japoneses respeitaram um minuto de silêncio. Em seguida aconteceu uma cerimônia com discursos do imperador Naruhito e do primeiro-ministro Yoshihide Suga. O gigantesco tsunami foi a principal causa das 18.500 mortes ou pessoas desaparecidas. Ondas do tamanho de edifícios atingiram a costa nordeste do Japão pouco depois de um terremoto de 9,0 graus de magnitude.
"O início da segunda semana de março em 2011 foi marcada por um alerta que aterrorizaria o mundo. A previsão de um tsunami com abalo sísmico intenso no litoral japonês não previa que, em uma sexta-feira, 11, resultaria em um dos maiores episódios nucleares da história.
Acometido por ondas gigantes e tremores intensos, as cidades evacuadas não foram suficientes para interromper o trabalho da Central Nuclear de Fukushima I.
Durante a tarde daquele dia, a força do desastre natural — cujo maremoto atingiu a magnitude 8,7 graus na escala Richter — resultou no derretimento de três dos seus reatores que abasteciam e armazenavam a usina, passando a liberar quantidades exorbitantes de material radioativo por toda a região.
Em decorrência da presença de material químico, a ocasião se tornou o segundo maior desastre nuclear da história, sendo o maior após Chernobyl, atingindo o sexto nível da Escala Internacional de Acidentes Nucleares, como informou o portal G1.
Em âmbito de comparação, autoridades da Agência Internacional de Energia Atômica acreditam que o material liberou aproximadamente 30% da radioatividade do acidente europeu.
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Ao todo, oito funcionários faleceram diretamente pela ocasião, sendo seis pela exposição excessiva à radiação e, os outros dois, por ferimentos decorrentes do terremoto. As mortes em decorrência do fenômeno natural, abortos e natimortos causados não são contabilizadas em pela incerteza numérica.
Reparação e legado
De acordo com a ABC News, um dos primeiros feitos que buscou reparar as perdas pela reação à radiatividade ocorreu em setembro de 2018, quando a família de um ex-operário da usina conseguiu provar a incidência de um câncer fatal, conseguindo um tratado financeiro.
Além disso, mais de 160 mil pessoas que foram forçadas a saírem ainda não puderam voltar para as casas ou acessar bens pessoais. Agora, o governo japonês trabalha em um projeto contínuo de limpeza intensiva, não apenas para a descontaminação das áreas afetadas, mas também para cessar a imensa quantidade de radioatividade que contaminou a água em reservatórios e até no mar.
O jornal britânico The Guardian publicou, em 2014, uma estimativa de descontaminação com uma barreira no solo, bloqueando a disseminação do material químico em dutos subterrâneos de água, mas prevê que o processo levará pelo menos 30 anos."
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