Sabadão de sol tímido, brisa fresca no ar, os últimos dias do Verão estão chegando. E foi justamente no Verão de 2 de março de 1996, que os membros da maior banda de músicas sem noção da História do Brasil faleceram. Os "Mamonas Assassinas" morreram quando o avião que os transportava se chocou com a Serra da Cantareira.
Eu nunca me esqueço, pois naquela noite estava voltando de férias no Rio de Janeiro e ao passar pela Serra nosso avião começou a balançar. Eu que até hoje tenho medo de avião, comecei a rezar e de repente uma moça começou a gritar que todos iríamos morrer. Foi o suficiente para que o caos se estabelecesse no avião; e por alguns minutos todos estavam rezando e de mãos dadas. No aeroporto de S. Paulo, entramos em outro avião e fomos avisados que nossas bagagens seriam colocada pela empresa no avião. Todos descemos quietos e não entendemos o que estava acontecendo.
Quando chegamos no aeroporto Marechal Rondon/Várzea Grande, fui pegar a mala e tentar achar um orelhão para telefonar para alguém vir me buscar. Meu irmão já estava me esperando. Eu perguntei como ele sabia o horário em que eu chegaria e ele não respondeu e me mandou entrar no carro rapidamente. O aeroporto estava lotado e todos falam ao mesmo tempo. Pela manhã ao ligar a TV, eu entendi o porque de tanta gente no aeroporto: os "Mamonas Assassina" tinham morrido quando seu avião se chocou com a Serra da Cantareira. Eu comecei a chorar e me lembrava do avião balançando e por uma semana fiquei tendo pesadelos com o avião caindo.!
"Brincar com tudo e com todos; parecia uma missão dos Mamonas Assassinas, que alcançaram um sucesso meteórico no ano de 1995 no Brasil após o lançamento do primeiro e único disco, recheado com músicas bem-humoradas sobre os mais famosos estereótipos brasileiros.
Costumavam dizer que o gênero de suas músicas era "sonrisal" e, em diversas entrevistas, fazia questão de ser um motivo para os brasileiros sorrirem, sendo assim até o dia 2 de março de 1996, quando o avião que transportava o grupo se chocou com a Serra da Cantareira, em São Paulo, levando todos os integrantes ao óbito imediato.
O acidente aéreo, amplamente discutido em veículos de imprensa nacionais, foi alvo de uma infeliz coincidência. Diversas passagens do grupo atribuíam o humor a piadas sobre a aviação civil, desde antes da gravação do álbum que os tornou conhecidos. A mais antiga que se tem registro ocorreu após a primeira viagem internacional do grupo, em Los Angeles, nos EUA.
Antecedentes ao fato
O selo EMI-Odeon, responsável pelo lançamento do disco, fez questão de cuidar dos arranjos em estúdios estadunidenses, levando os rapazes para a Califórnia durante a produção.
Ao retornar, não apenas agradeceu aos responsáveis pela viagem, como brincou agradecendo Santos Dumont — "senão, a gente tava indo mixar o disco a pé" (sic), escreveu o grupo no encarte do álbum de estreia.
Com o sucesso, ainda no ano da finalização do álbum, o grupo teve a agenda inteiramente preenchida com a contratação de shows em 25 estados brasileiros, tendo de reservar o serviço de taxi aéreo com um jato particular para os membros do conjunto. O momento da primeira viagem também virou alvo das gracinhas dos membros, principalmente do vocalista Dinho.
Registrado em vídeo, o cantor brincou enquanto esteve no ônibus do aeroporto, no embarque e até mesmo quando a aeronave iniciou o voo: "Nós tamo indo buscar o teco-teco que nós alugou e ele vai cair! (sic)."
Dentro do avião, ainda interagiu com diversas vezes com o piloto, perguntando se ele tinha um CD do Ritchie Valens para reproduzir — cantor este que criou a música “La Bamba” e faleceu aos 17 anos em um acidente aéreo.
Últimas referências
Um dos episódios ocorreu em uma visita dos integrantes aos estúdios da antiga MTV, no final de 1995, participando do Top 20 Brasil justamente na ocasião onde a música "Vira-Vira" liderava o ranking de videoclipes nacionais. Perguntados sobre o sucesso no primeiro disco, os membros brincaram acrescentando que tratava-se do “primeiro e último".
A apresentadora Cuca Lazzarotto questionou os rapazes, recebendo uma resposta de Dinho junto ao tecladista Júlio Rasec: “A gente vai tocar agora no interior e a gente vai de monomotor. Já ouviu falar em La Bamba?”.
A última referência, entretanto, partiu dos arquivos pessoais do cabeleireiro Nelson Lima, que era responsável por tingir o cabelo de Júlio até seu último dia de vida, quando compareceu ao seu salão em Guarulhos para retocar a tinta vermelha antes do último show da turnê, em Brasília.
Visto que era a última visita antes da viagem do grupo para Portugal, que aconteceria no dia 3 de março, Lima preferiu gravar a visita em vídeo, registrando um presságio do mamona, que foi repercutido pelo Notícias da TV: “Essa noite eu sonhei com um negócio, assim; parecia que o avião caía, não sei...”, disse Júlio. Vale destacar que o vídeo ganhou notoriedade após ter sido exibido numa matéria do Jornal Nacional, da Rede Globo. "(aventuranahistoria)
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