sexta-feira, 25 de outubro de 2019

A Morte nem sempre é Triste...


Causadora de tantos medos, a morte é encarada de forma bem diferente dependendo da sua localização geográfica. Em muitos países, é motivo de choro e luto demorado. Em outros, os doentes e idosos fazem de tudo para morrer em determinado lugar. E existem os países que encaram a morte de frente. E com festa.  
Cada dia possui um significado próprio para os mexicanos. Na virada de 31 de outubro para primeiro de novembro, eles celebram as almas que faleceram quando crianças (a data é chamada de “Dia de los Angelitos”) e no dia seguinte a festa é dedicada aos falecidos adultos.  
Por isso, são muitos os detalhes que compõem essa festa. Um dos mais conhecidos são as oferendas, ou seja, “presentes” dados aos mortos como:
 

frutos da terra (tangerina, cana de açúcar, abóbora etc.);
frutos do vento (incenso para orientar as almas);
frutos da água (vaso para os espíritos matarem a sede);
frutos do fogo (velas acesas nos 4 pontos cardinais para ajudar a orientar a viagem das almas);
vários objetos pessoais dos falecidos como fotografias, pertences, entre outros.

Além das oferendas, também é normal encontrar altares coloridos e adornados com imagens dos falecidos e, claro, as tradicionais caveiras mexicanas, que podem aparecer em pintura de rostos, doces e muitos outros. Outra tradição é que, algumas famílias costumam ir até as tumbas dos falecidos, abrir os túmulos e limpar os restos mortais. Depois, eles são recolocados de volta ao local para continuarem descansando.
 

"No México, a morte é motivo de farra. O Dia de Muertos, celebrado entre os dias 31 de outubro e 2 de novembro, foi criado em homenagem aos mortos, mas é uma das festas mais alegres do mundo.
 

Suas origens são anteriores à chegada dos espanhóis em solos mexicanos, com relatos de povos náuatles (astecas), maias, tarascanos e totonacas celebrando os seus mortos há, no mínimo, três mil anos. A festa acontecia no nono mês do calendário solar asteca e era celebrado por um mês completo.

Sincretismo
 

Mortos estavam no centro da religiosidade mesoamericana. Os povos da região faziam amplo uso de sacrifícios humanos para aplacar a fúria dos deuses. Crânios eram guardados como troféus e o motivo aparecia nos templos e em estátuas do deus da morte.
 

O Día de Muertos conhecido hoje foi resultado do sincretismo entre tradições religiosas mesoamericanas com o catolicismo, unindo celebrações tradicionais com duas datas importantes para a Igreja Católica: o Dia de Todos os Santos e o Dia de Finados, que acontecem dias 1 e 2 de novembro respectivamente.
 

Aceitação
 

Mas a festa como conhecemos é bem recente. Ao norte do México, longe das áreas de identidade indígena (como Chiapas, habitada pelos maias), os mexicanos viam essas festas como paganismo, e celebravam o finados de forma solene, como os demais católicos.
 

Isso só mudou na década de 1960, quando o governo criou um feriado nacional, incluiu a festa no currículo escolar e passou a incentivá-la como um ícone da identidade mexicana.
 

Crenças
 

Segundo a crença popular, no Día de Muertos os mortos têm permissão divina para visitar os parentes. As ruas e as casas são enfeitadas com flores, velas e incensos, altares são montados, comidas especiais são preparadas, música alegre enche as ruas e roupas comuns dão lugar a fantasias coloridas, máscaras e pinturas de caveira. Entre oferendas e decorações, um arco de flores simboliza a passagem usada pelos espíritos.Tudo para receber os convidados de honra - os ancestrais mortos.
 

Hoje, o festival acontece no México, em países da América Central e em regiões dos Estados Unidos com grandes comunidades mexicanas. A singularidade e a importância cultural do Día de Muertos foi reconhecida pela UNESCO, que classificou a celebração como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade."(revistaaventuranahistória)

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