quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Alguns motivos para Assistir Sex Education

As férias escolares começam hoje e vão até o dia 22/3/2020, lembrando que estivemos em greve e cumprimos o calendário não com muita animação. Mas, chegou a tão aguardada fériassssss para professores e alunos. Alguns irão viajar, curtir uma praia, sítio, voltar para casa dos país, mas muitos irão ficar por aqui.
 

Para quem vai ficar em casa lendo ou maratonando na netflix, recomendo Sex Education, pelos seguintes motivos:

 "a) Politicamente correto

Em minha opinião, o humor negro saiu de moda faz muito tempo e, concorda comigo, ele normalmente afetava e depreciava certos grupos sociais como os negros, as mulheres e/ou os LGBTs? Pois em Sex Education podemos rir sobre diversos assuntos e não sermos, em nenhum momento, cúmplices do preconceito.

O riso é algo descontraído e politicamente correto na série, uma vez que os momentos de comédia não buscam menosprezar a sexualidade, o gênero ou a etnia de alguém em troca de algumas piadas. Sem mencionar que a produção busca representar uma diversidade grande de etnias, sexualidade, gênero e empasses sexuais, transformando tudo em uma atmosfera não-hollywoodiana em que não há apenas brancos, héteros e cisgêneros preenchendo a tela enquanto assistimos.
 

b) Desconstrução de gênero

O gênero é tratado de forma inovadora durante a produção, como se fosse totalmente desconstruída a ideia fixa de masculinidade (para homens) e feminilidade (para as mulheres). Os três personagens principais Otis, Eric (Ncuti Gatwa) e Maeve (Emma Mackey) não seguem – ou se preocupam – com os padrões de gênero.

Otis, o protagonista, não sente sua masculinidade ferida por ter um amigo homosseuxal – Eric – ou por nunca ter transado na vida. Ele se sente incomodado com sua virgindade apenas quando começa a se tornar uma espécie de conselheiro sexual em seu colégio sem nunca ter tido uma experiência na vida.

Já Maeve, que idealiza essas sessões do “terapeuta” com os estudantes, não é feminina e não se preocupa em ser, busca manter seu estilo descolado e até mais masculino que os personagens homens da série.

O trio representa uma quebra de padrões de gênero, uma vez que masculinidade e feminilidade é um fluxo tanto em homens quanto em mulheres. Não há reafirmação de padrões.
 

c) Amizade de Otis e Eric

No decorrer da temporada é impossível não se encantar com a amizade de Otis e Eric. Os amigos, mesmo sendo bem diferentes, o primeiro hétero e branco, o segundo negro e homossexual, se dão muito bem e em nenhum momento comentam sobre suas diferenças, afinal, elas não têm importância. Além disso, os dois não se preocupam com o que os outros pensam sobre a forma como se relacionam, eles são carinhosos em público, naturalizando a afetividade entre homens.

O casal de amigos é, também, imune de preconceitos e tabus entre si: conversam sobre tudo desde problemas familiares até relações sexuais. A confiança, carinho e consideração que eles têm é presente e se sobrepõem às diferenças, inseguranças e preconceitos.
 

d) Feminismo e sororidade

A empatia entre mulheres, ou sororidade, é introduzida na história após fotos íntimas de uma menina vazar na internet. Constrangida, ela assume que as fotos são dela em público para que não “atribuem” a foto à outra pessoa. Mas quando essa cena acontece, uma sensação de empatia toma conta de todas as meninas do colégio, e elas têm uma ação simples, acolhedora e empoderada que ajuda a menina da foto a enfrentar aquele constrangimento. Uma cena cheia de emoção e feminismo que vale muito a pena conferir.
e) Representação do sexo
Pelo título podemos imaginar que há muitas cenas explícitas de sexo, quando, na verdade, não é bem assim. A produção se preocupa em mostrar vários tipos de órgãos genitais, mas a transa em si, é bem mascarada e até a masturbação têm uma representação cinematográfica muito criativa.

Em vez de mostrar alguém gemendo ao se tocar ou transar, a série explora mais as músicas e o cenário, criando uma incrível trilha sonora e palheta de cores nas cenas de prazer para representar aquilo como algo poderoso e único, e não banal e supérfluo.

Além disso, há paixão entre os personagens, sentimentos que os envolvem tanto dentro quanto fora do sexo. Sex Education consegue, assim, nos explicar como transar tem muito mais haver com o que os inúmeros sentimentos e pensamos que temos do que com uma fútil atração corporal" 



 

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