sábado, 8 de fevereiro de 2020

O Brasil da Idade das Trevas...

Sábado chuvoso, perfeito para relaxar maratonando uma série interessante ou lendo um bom livro. Mas, diante da notícia de que o governo de Rondônia mandou recolher clássicos da literatura brasileira, eu resolvi postar aqui a minha indignação.
 

Nossos alunos já não apreciam a leitura de uma HQ, de um livro de duzentas páginas ou o próprio livro didático, imagina se todos os clássicos da literatura brasileira e estrangeira forem recolhidos das poucas bibliotecas?
 

De acordo com o memorando do governo de Rondônia, os livros "deveriam ser recolhidos das escolas do Estado por conterem “conteúdos inadequados” a crianças e adolescentes." Isso era comum na Alemanha nazista ou no Brasil de Getúlio Vargas, ou seja, em governo totalitários ou ditatoriais.
 

Em pleno séc. XXI, o Brasil vive uma nova Idade das Trevas, onde a censura e a ignorância podem levar a população inculta, a queimar livros em nome de governantes conservadores e fascistas.! 

Manter os estudantes incultos é interessante para os governos, uma vez que críticos podem manifestar sua indignação sobre os problemas como miséria, fome, escolas desestruturadas, corrupção... Aliás, o presidente já disse que os livros " possuem muitas coisas escritas, o que tornava necessário a suavização disso." Então, seus aliados pensarem da mesma forma é normal ou não?!

"O governo de Rondônia, extremo norte do país, determinou o recolhimento de 42 obras literárias por considerar de “conteúdo inadequado’ para as escolas da rede pública do estado. Alguns livros da lista de censura são clássicos da literatura brasileira de nomes como Machado de Assis, Euclides da Cunha, Mário de Andrade, Nelson Rodrigues, Ferreira Gullar, Rubem Fonseca, entre outros.

O governador do estado é o coronel Marcos Rocha (PSL), que reza pela cartilha ideológica de Olavo de Carvalho, o guru do presidente Bolsonaro. Do “index” bolsonarista não escapou nem os geniais Edgar Allan Poe e Franz Kafka (sim, aquele mesmo que o analfabeto funcional que ainda ocupa o MEC trocou por kafta).

Em pleno século XXI ainda temos que lidar com manifestações tão absurdas de obscurantismo e atraso. Apenas a eterna vigilância da sociedade pode assegurar o primado da liberdade contra os impulsos neofascistas do governo de extrema-direita e de seus aliados nos diversos escalões da República.
 

A lista de livros tem títulos como “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis; “A vida como ela é” e “Beijo no asfalto”, de Nelson Rodrigues; “Contos de terror, de mistério e de morte”, de Edgar Allan Poe; “O castelo”, de Franz Kafka; “Macunaíma”, de Mario de Andrade, “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, além de livros de Carlos Heitor Cony.

O memorando trazia ainda uma observação: “Todos os livros do Rubem Alves devem ser recolhidos”. O escritor mineiro, morto em 2014, escrevia sobre educação e questionava o formato tradicional da escola no Brasil."

Nenhum comentário:

Postar um comentário