sábado, 14 de março de 2020

Governo chinês diz que vírus não comecou lá

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O Covid 19 está no Brasil e número de casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19) subiu para 77 na atualização do Ministério da Saúde divulgada na tarde de ontem. No balanço anunciado na parte da manhã, o total de pessoas infectadas era 60 e já hoje está em mais de 100 pessoas.

O ministro da Saúde afirmou também que o Brasil pode adotar medidas mais drásticas contra a proliferação do novo coronavírus. O País, disse o ministro, ainda está na fase inicial da propagação do vírus. As pessoas cujos testes deram positivo têm sido aquelas que voltaram de viagens internacionais — foram, portanto, contaminadas no exterior. "Pode chegar uma hora, na semana que vem, em quatro semanas, em que será recomendável parar (atividades). Para conter a espiral de casos pode chegar uma hora em que teremos que segurar (transporte, fábricas, escolas),” afirmou o ministro.
 

Poucos dias depois de ter dito que a questão do coronavírus "não é isso tudo que a grande mídia propaga" na última terça-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro teve que mudar sua postura diante do avanço da doença no Brasil e da adoção de medidas radicais por outros países, com os Estados Unidos, que suspendeu milhares de voos com a Europa.

E nas grandes cidades do Brasil já começaram os cancelamentos de grandes eventos e quanto antes isso acontecer a expansão do Covid 19 poderá ser contida. 


Enquanto o mundo está vivendo uma pandemia, na China onde tudo começou, os casos de novos infectados vem diminuindo. Agora o governo está mais preocupado em culpar os Estados Unidos pela propagação do vírus.
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"Pequim, 13 mar 2020 (Lusa) - A China registrou mais de 80.000 infectados pelo novo coronavírus, mas as autoridades do país recorrem agora a teorias da conspiração para defenderem que o vírus não teve necessariamente origem no país.

O regime comunista, que é acusado de ter escondido informação crucial durante as primeiras semanas após a doença ser detetada em Wuhan, epicentro do Covid-19, passou a referir a possibilidade de o vírus ter origem no exterior, apesar da ausência de evidências.

"As forças armadas dos EUA podem ter levado a epidemia para Wuhan", defendeu hoje o porta-voz da diplomacia chinesa Zhao Lijian, através da rede social Twitter, que está bloqueada na China. "Os Estados Unidos devem-nos uma explicação", assegurou.

Para apoiar as suas suspeitas, Zhao citou dois artigos da Global Research, um portal conhecido pelas suas teorias da conspiração.

No entanto, Pequim designou, no início do ano, um mercado de marisco situado nos subúrbios de Wuhan como o berço da epidemia, apontando que o vírus tinha sido transmitido inicialmente através de uma espécie animal.

"Identificamos os animais vivos vendidos no mercado de marisco como a fonte do vírus", defendeu então o chefe do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças Gao Fu, no final de janeiro, depois de Wuhan ter sido colocado em quarentena, com entras e saídas bloqueadas.

O vírus responsável pela doença Covid-19 "era desconhecido antes da epidemia que começou em Wuhan, em dezembro de 2019", apontou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Países geograficamente próximos da China, como o Vietname, Taiwan ou Mongólia, que depois de a doença ser conhecida barraram a entrada a quem tivesse estado no país 14 dias antes, registram hoje menos casos que Portugal ou qualquer país europeu.

Análises genéticas de amostras do novo coronavírus em vários países revelam uma fonte comum na China, apontou Christl Donnelly, professor de epidemiologia estatística do Imperial College de Londres.

"Não se trata de atirar pedras a um país em particular", enfatizou.

Para o investigador Yun Jiang, da Universidade Nacional da Austrália, "ao semear dúvidas na mente das pessoas sobre a origem do vírus, Pequim procura escapar à responsabilidade pela epidemia".

Médicos chineses em Wuhan alertaram desde dezembro para os perigos do surto de um novo coronavírus, mas foram silenciados pelas autoridades, que os obrigaram a assumir publicamente esses avisos como "rumores infundados".

"As informações falsas divulgadas por departamentos relevantes [de que a doença era controlável e não era infecciosa entre seres humanos] deixaram centenas de médicos e enfermeiros no escuro, que fizeram tudo ao seu alcance para tratarem pacientes sem conhecerem a doença", apontou o chefe de um dos departamentos do Hospital Central de Wuhan, citado pela revista Caixin, uma das raras publicações independentes na China.

"E mesmo aqueles que adoeceram não puderam denunciar. Não puderam alertar os seus colegas e o público a tempo, apesar do sacrifício", disse. "Essa é a perda e a lição mais dolorosas".

Entretanto declarado pela OMS como uma pandemia mundial, a epidemia provocou forte descontentamento popular na China, com as redes sociais do país a encherem-se críticas diretas ao regime e apelos por liberdade de expressão, num fenomeno inédito no país asiático, onde ativistas ou dissidentes são frequentemente condenados por "perturbação da ordem pública" ou "subversão do poder do Estado"."

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