O Brasil foi surpreendido com a notícia que o astrônomo Marcelo Gleiser é o vencedor do Prêmio Templeton da espiritualidade. Com esse prêmio espera-se que se coloque um ponto final entre os debates sobre ciência e religião serem "inimigas".
Ele arrasa quando diz "A ciência não mata Deus”. Ele não acredita em Deus. Ele é agnóstico. E sempre surpreende “O ateísmo é uma crença na não-crença. Então você nega categoricamente algo contra o qual você não tem provas”, acrescentou. “Quando você ouve cientistas muito famosos fazendo declarações como …
a cosmologia explicou a origem do universo e de tudo, e nós não
precisamos mais de Deus. Isso é um completo nonsense”, acrescenta. “Porque nós não explicamos a origem do universo em absoluto”, conclui.
"O físico e astrônomo brasileiro Marcelo Gleiser, de 60 anos, é o vencedor deste ano do Prêmio Templeton, uma espécie de Nobel da espiritualidade. O anúncio foi feito nesta terça-feira (19/03) pela Fundação John Templeton, dos Estados Unidos, que concede a honraria desde 1973.
Natural do Rio de Janeiro, é professor do Dartmouth College, em New Hampshire, Estados Unidos, há 28 anos, e ganhou projeção como divulgador de ciência, participando de programas de televisão nos Estados Unidos, na Inglaterra e no Brasil. Autor de livros que discutem a origem do Universo, Gleiser frequentemente aborda a relação entre ciência e religião. Ele receberá US$ 1,4 milhão (cerca de R$ 5,3 milhões), valor superior ao do próprio Nobel, de cerca de US$ 1 milhão.
O brasileiro é o primeiro latino-americano a receber o prêmio, que será entregue oficialmente em uma cerimônia em Nova York, no dia 29 de maio. A láurea é destinada anualmente a profissionais com “contribuições excepcionais para a afirmação da dimensão espiritual da vida, seja por meio de insights, descobertas ou obras práticas”, segundo anúncio da Fundação Templeton.
“Físico teórico, cosmólogo e um dos principais proponentes da visão de que ciência, filosofia e espiritualidade são expressões complementares da necessidade da humanidade de abraçar o mistério e explorar o desconhecido”, afirmou Heather Templeton Dill, neta do criador do prêmio, em um vídeo divulgado no site da fundação. De acordo com ela, Gleiser incorpora os valores que inspiraram seu avô, o banqueiro norte-americano John Templeton (1912-2008), a criar o prêmio na década de 1970.
“Ele achava que Alfred Nobel [1833-1896] havia negligenciado um componente muito importante da existência humana: a religião e a espiritualidade”, disse Dill. Dentre os laureados anteriores estão Madre Teresa de Calcutá (1910-1997), o Dalai Lama e o físico britânico Paul Davies.
“O caminho para a compreensão e a exploração científica não é apenas sobre a parte material do mundo, e minha missão é trazer de volta para a ciência e para as pessoas que se interessam por ciência esse apego àquele mistério”, declarou o astrônomo no vídeo. “É fazer as pessoas entenderem que a ciência é apenas mais uma maneira de nos envolvermos com o mistério de quem somos.”
Formado em física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Gleiser fez o mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), concluído em 1982, e obteve o doutorado em cosmologia no King’s College London, na Inglaterra, em 1986. Fez estágio de pós-doutorado na Universidade da Califórnia em Santa Barbara e no Fermi National Accelerator Laboratory, o Fermilab, um dos mais importantes laboratórios de física de partículas do mundo, ambos nos Estados Unidos."
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