sábado, 16 de março de 2019

Museu de Pedras Ramis Bucair - Fechado!

E porque é sábado... é um dia para se descansar e acima de tudo se divertir ou andar pelo Centro Histórico seja para gastarrrrr ou simplesmente para apreciar a arquitetura do séc. XVIII antes que desapareça!.

Cuiabá se aproxima do aniversário de 300 anos e o Centro Histórico é nossa referência, uma vez que foi durante o séc. XVIII que começou a ser ocupado, e mesmo com algumas revitalizações não ficamos satisfeitos e o sentimento de descaso e abandono pela História da Capital fica evidente quando andamos por lá.

É na antiga Rua do Meio, Galdino Pimentel, que está a única casa com janelas e sacadas em estilo medieval do Centro Histórico. Lá funcionou por mais de 60 anos o Museu de Pedras Ramis Bucair e por ser um Museu particular os órgãos públicos não dão a mínima para que ele seja reaberto. Sim, ele também está fechado há mais de sete anos!.

Eu como Historiadora fico imensamente triste, pois quando estou explicando sobre a Pré-História do Mato Grosso, faço uma longa referência ao Museu e aos artefatos que o Senhor Ramis encontrou. E que prazer seria poder levar meus alunos lá para referenciar seu trabalho!.

Estava lendo sobre o Centro Histórico e deparei-me com esse post da midianews e meus olhos lacrimejaram pela lembrança de quando visitei lá e até comprei uma pulseira de pedras coloridas.!

"Quase 60 anos após a inauguração e sete depois de seu fechamento, o Museu de Pedras Ramis Bucair deve permanecer com as portas abaixadas por muito mais tempo. Ao menos no que depender da vontade do filho mais velho do idealizador, o engenheiro Ramis Bucair Júnior, que se sente desmotivado em reabrir o local.
Ele acredita que um dos fatores principais que contribuíram para o fechamento do museu, no Centro Histórico de Cuiabá, foi a falta de reconhecimento da sociedade com os feitos de seu pai.

Ramis Bucair foi um agrimensor, espeleólogo e pesquisador que realizou diversas expedições em Mato Grosso ao longo de décadas. Em suas andanças, ele descobriu 39 grutas e cavernas até então nunca pisadas pelo homem. Durante essas expedições, coletou objetos que compuseram o acervo do Museu de Pedras.

O museu foi inaugurado em abril de 1959, na Rua Galdino Pimentel, no Centro, como uma forma de homenagear Cuiabá. No entanto, o local fechou as portas em 20 dezembro de 2011, no dia da morte do explorador.
Após a morte, seu filho não conseguiu mais reativar o museu. Segundo ele, por ser particular, os órgãos públicos nunca disponibilizaram nenhum tipo de ajuda e isso desanimava Ramis Bucair nos últimos momentos de sua vida.
(...)

Além disso, o filho também acredita que os mato-grossenses não souberam dar o valor ao pesquisador. Isso também influenciou para o fechamento do museu.
“Nós já fizemos exposição Brasil a fora. O museu já foi reconhecido no Japão, Canadá, Estados Unidos, Itália, França, Inglaterra, menos aqui no Mato Grosso. Acho que o grau de escolaridade, a cultura de um povo, induz a essa situação. Eu acho que é a hipótese mais condizente com essa situação de não ter esse reconhecimento”, afirmou.
Apesar disso, em 2015, o filho mais velho elaborou um projeto de reestruturação do espaço. Nesse plano, apresentou novas medidas de armazenamento e exposição do acervo, além de um novo local para comportar as 4 mil peças.

Uma novidade seria a divisão do espaço em três categorias. A primeira seria o Museu de Pedras Ramis Bucair, com as peças arqueológicas; a segunda parte seria totalmente dedicada a Marechal Rondon com objetos inéditos; e a última contaria a história de vida do idealizador.

O projeto foi apresentado para o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, cuja diretoria disse que faria desde que tivesse a concessão do museu por 20 anos.
“Não aceitei, jamais iria aceitar. Esse é um dos motivos pelo qual o museu está fechado até hoje”, disse Júnior.

 Após os trabalhos de mediação e demarcação de milhares de lotes de terras, Bucair passou a se dedicar às cavernas e grutas de Mato Grosso.
Durante esse processo, ele descobriu, identificou, pesquisou, topografou, fotografou e catalogou 39 cavernas e grutas no Estado, todas registradas no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Foi aí que ele começou a fazer a coleta desses materiais que hoje compõem o acervo do Museu de Pedras. Bucair encontrou fósseis, alguns machados da época neolítica, pinturas rupestres e diversos outros materiais arqueológicos."(midianews)

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