sexta-feira, 26 de julho de 2019

75 anos da "Operação Valquiria"

 Adolf Hitler foi e continua sendo a figura mais emblemática do séc. XX. Alguns extremistas, ditadores, conservadores se esforçam em se parecer com ele. Mas, ele foi único! Único a se cercar de pessoas que tinham o mesmo pensamento para o Mal: matar judeus, homossexuais, ciganos, deficientes físicos e mentais, comunistas...

Em pleno séc. XXI, o Mal ainda existe em vários governantes, entretanto nenhum chega aos seus pés. Os alunos sempre me perguntam como seria se os mais de dez atentados contra Hitler tivesse dado certo. Será que teríamos evitado massacres como o Holocausto e a própria Segunda Guerra Mundial? Sinceramente? Eu não sei, Historiador não é profeta, mas se não fosse ele teria tido outro com os mesmos ideais de grandeza e superioridade de raça.

Há 75 anos, o conde e coronel da SS Claus von Stauffenber, juntamente com alguns oficiais tentaram matar Hitler e falharam como todos os outros antecessores. Mas, por que ele foi lembrado na semana passada? Justamente porque a chanceler alemã Angela Merkel realizou uma homenagem ao seu papel de assassinar Hitler na famosa "Operação Valquiria".

Para quem não conhece a história de Claus von Stauffenber, o filme "Operação Valquiria" mostra mais sobre sua personalidade. O filme recebeu críticas dos descendentes do coronel, porque quem o representa é Tom Cruise. Eles diziam que a imagem do herói católico seria manchada por Cruise que pertence a seita Cientologia. Entretanto, um relato do neto dele que participou do filme diz ao contrário do que a família costuma afirmar.

"Não concordo com minha mãe, por exemplo, sobre a religiosidade dele. Não o considero muito religioso. Também acredito que era muito moderno para sua época: tinha uma espécie de cosmovisão democrática, não no nosso sentido, mas no sentido de que ele e seu entorno acreditavam em uma espécie de elitismo que precisava ter uma classe votante e um Estado governado por gente que assume a responsabilidade. Eu o considero aberto a várias formas de governo e acho que ele estava convencido de que era preciso dar o passo seguinte para uma sociedade melhor."
"A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, prestou neste sábado (20/07) homenagem ao coronel Claus von Stauffenberg e aos militares alemães que tentaram assassinar o ditador Adolf Hitler há 75 anos. Diante de 400 novos recrutas da Bundeswehr (as Forças Armadas da Alemanha), Merkel disse em discurso que "a desobediência” à autoridade também pode ser uma forma de patriotismo em determinados momentos.

"Seguindo sua consciência, eles provaram ser verdadeiros patriotas", disse Merkel em uma cerimônia militar em Berlim. "Eles nos incentivam a sermos vigilantes e a enfrentar duramente o extremismo de direita, o antissemitismo e o racismo em todas as suas facetas. (...) Existem momentos em que desobediência pode ser o cumprimento do dever. E nesses momentos, o indivíduo tem o dever moral de contradizer e resistir”, completou.

Stauffenberg e outros oficiais, como Henning von Tresckow e Erwin von Witzleben, tentaram matar Hitler no quartel-general conhecido como "Toca de Lobo", na antiga Prússia Oriental, hoje dentro das fronteiras da Polônia moderna.

Mas, a bomba que Stauffenberg escondeu em uma mala deixada na sala na qual o ditador nazista participava de uma conferência não alcançou seu objetivo. O ditador teve apenas alguns ferimentos. No mesmo dia, fracassou uma tentativa de golpe para remover os nazistas do poder que ficou conhecida pelo nome "Operação Valquíria".

À 1 da madrugada, o premiê alemão surgiu em cadeia de rádio: "Uma pequena súcia de oficiais idiotas, ambiciosos, inescrupulosos e, ao mesmo tempo, criminosos, planejou eliminar-me. É um pequeno bando que agora vai ser destruído impiedosamente"

O coronel e seus co-conspiradores acabaram sendo executados um a um nos dias e semanas que se seguiram. o coronel e outros três conspiradores foram executados nessa mesma noite, sendo ainda mais 200 pessoas executadas nos dias posteriores e cinco mil pessoas presas.

As famílias dos conspiradores foram confinadas em campos de concentração. Grávida, a viúva de Stauffenberg, Nina, foi presa, e em janeiro de 1945 deu à luz sua quinta filha, Konstanze. Ela é a mãe do economista e ator Philipp von Schulthess, 35 anos.

Após seu discurso, Merkel colocou uma coroa de flores no local onde Stauffenberg e vários membros da conspiração foram fuzilados."

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