segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Skyfall - O Míssil Russo

A Rússia em pleno séc. XXI, continua cheia de segredos como durante os anos da Guerra Fria, 1946-1989, e o presidente Vladimir Putin faz questão disso. 

Duas semanas depois, o mundo ainda não tem todos os detalhes sobre uma explosão nuclear que aconteceu no norte da Rússia no último dia 8/8. O que se sabe, oficialmente, é que o acidente deixou cinco mortos e causou níveis de radiação 20 vezes acima do normal na região da cidade de Severodinsk, cerca de 1200km ao norte de Moscou.

A explosão foi registrada em uma plataforma marítima das forças armadas, próximo à vila de Nyonoksa, e a versão oficial é de que o combustível de um foguete que estava em testes explodiu, atirando diversos trabalhadores ao mar.

"O próprio Putin revelou o programa em 2018, no meio de sua campanha de reeleição, com aplausos estrondosos de uma sala cheia com a elite russa.

Projetado para ter um alcance “ilimitado”, o míssil de cruzeiro impulsionado por um reator nuclear em miniatura a bordo teoricamente poderia voar por dias em padrões de circuito próximo da superfície da Terra, tornando incrivelmente difícil derrubá-lo com os sistemas antimíssil existentes.

Países da OTAN apelidaram o míssil de “SSC-X-9 Skyfall”. A Rússia chama a arma de “Burevestnik”, o nome de um pássaro que os marinheiros diziam ser um presságio de tempestade.
 

O Ministério da Defesa russo fez um concurso na internet para batizar o míssil ano passado, com “Burevestnik” ganhando por pouco de outro favorito do público: “A Surpresa”.

Propulsão nuclear daria ao projétil uma grande vantagem em alcance comparado com um míssil de cruzeiro abastecido por combustível tradicional, que geralmente pode atingir perto de 1.600 quilômetros.

O próprio Putin mostrou um vídeo do míssil voando em zigue-zague ao redor de montanhas e sistemas antimíssil, e desviando pela ponta sul da América do Sul.

O grande problema desse projeto é que qualquer reator nuclear usado para impulsionar um artefato deixa resíduos radoiativos. Dessa forma, Skyfall seria a chamada "bomba suja", que combina explosivos convencionais com material nuclear. Seu uso causaria danos terríveis à região atingida.

"É uma arma apocalíptica, de fato. Não é algo que poderia ser utilizado em outro cenário além de uma guerra nuclear aberta. Ela pode ficar no ar por muito tempo, mas espalharia resíduos radioativos por todo o caminho", explicou Mark Galeotti, especialista em estudos da Europa Oriental da Universidade de Londres.

Para o professor, a existência de Skyfall seria uma maneira para Putin e a Rússia exibirem seu poder em escala global, e isso não significa que, uma vez construída, a arma fosse necessariamente ser usada.

"A Rússia está tentando parecer mais poderosa do que realmente é. Claro que eles não ficaram felizes com essa falha, mas o fato disso estar sendo debatido em escala global já é uma vitória", disse Galeotti à CNN."

Nenhum comentário:

Postar um comentário