terça-feira, 26 de novembro de 2019

A tragédia das Irmãs Mirabal

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Na segunda-feira, 25/11, foi comemorado o Dia Internacional da não Violência contra a Mulher. E o mais impressionante é que pouca gente, sabe sobre o assassinato das Irmãs Mirabel, da República Dominicana, durante a ditadura do general Rafael Leónidas Trujillo Molina. Dá arrepios só de pensar quando alguns brasileiros desinformados pedem o retorno da Ditadura Militar no Brasil!

"Conhecidas como "Las Mariposas" (as borboletas), essas mulheres nascidas em uma família rica da província dominicana de Salcedo (hoje chamada de Hermanas Mirabal) tinham formação universitária, maridos, filhos e cerca de uma década de ativismo político na época em que foram mortas.
 

Duas delas, Minerva e María Teresa, já haviam passado pela prisão em várias ocasiões. Uma quarta irmã, Bélgica Adela "Dedé" Mirabal, que morreu em 2014, tinha um papel menos ativo na oposição e conseguiu salvar-se.
 

"Elas tinham uma longa trajetória de conspiração e resistência, muitas pessoas as conheciam", explica para a BBC Mundo Luisa de Peña Díaz, diretora do Museu Memorial da Resistência Dominicana (MMRD).
 

Naquele fatídico 25 de novembro, funcionários da polícia secreta interceptaram o veículo que transportava as irmãs em uma estrada da província de Salcedo, no norte do país.
 

As mulheres foram enforcadas e depois espancadas para que quando o veículo fosse jogado no precipício a morte parecesse resultado de um acidente de carro.
 

A morte das “Las Mariposas” causou grande comoção no país e o ditador Trujillo, (1930-1961), acabou sendo assassinado em maio do ano seguinte.
 

Aliás, o assassinato do implacável general Trujillo, apelidado “O Bode”, e suas sequelas foram retratadas num livro do escritor Mario Vargas Llosa, prêmio Nobel de Literatura em 2010, no romance “A Festa do Bode”, magistral alerta contra as atrocidades da ditadura.

"As irmãs Mirabal levantaram os braços de seus túmulos de um jeito muito forte", afirma Peña Díaz.

Hoje Minerva, Patria e María Teresa são um símbolo da República Dominicana. No país caribenho, além de uma província com o nome delas, há um monumento em uma avenida central da capital Santo Domingo e um museu em sua homenagem, que se transforma em local de peregrinação a cada 25 de novembro.
 

Além disso, desde 1981 a data de suas mortes se tornou, em toda a América Latina, um dia para marcar a luta das mulheres contra a violência.
 

Nesse dia foi realizado o primeiro Encontro Feminista da América Latina e do Caribe, em Bogotá (Colômbia) - no qual as mulheres denunciaram os abusos de gênero que sofriam no ambiente doméstico, assim como a violação e o assédio sexual por parte dos Estados, como a tortura e a prisão por motivos políticos.
 

No ano de 1999, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 25 de novembro, como sendo o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher, em homenagem as irmãs Pátria, Maria Teresa e Minerva Mirabal. Uma vida sem violência é direito da mulher, é dever do Estado e uma demanda da sociedade!"

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