Ser profª de História no Brasil atual dá uma sensação de desespero e pensar que muitos alunos são apoiadores do retorno da Ditadura Militar, me dá vontade de aposentar o mais rápido possível!. Às vezes fico sinceramente preocupada com o que pode acontecer se isso for realmente o desejo de uma pequena minoria de desinformados e analfabetos do Brasil do Séc. XXI.! Aqui está a 2ª parte dos mitos sobre a Ditadura Militar no Brasil.
6. O crescimento econômico do país
Na verdade, o movimento fez com que a dívida externa se tornasse impagável nos primeiros anos da redemocratização. Um ano antes do fim da ditadura, o Brasil devia 53,8% de seu PIB a bancos e governos estrangeiros.
Dessa maneira, o milagre econômico é mais um mito da época. O Brasil realmente cresceu mais de 10% ao ano, mas poucos desfrutavam dessa conquista. A distribuição da renda foi desigual e favoreceu 10% dos mais ricos com 38% da renda, enquanto os pobres dispunham de 17% da renda nacional. Mais tarde, em 1980, o abismo se tornou maior: a renda dos mais ricos chegou a 51%, enquanto a dos mais pobres foi diminuída a 12%, ou seja, as pessoas que eram ricas dispunham ainda mais de riquezas, enquanto os pobres se encontravam em uma situação cada vez mais miserável.
7. As igrejas protegeram o golpe militar
Por favorecimento e troca de interesses, diversas instituições religiosas apoiaram o golpe militar. No entanto, a prática não era adotada por muito deles: que se opunham ao autoritarismo do governo e denunciavam práticas de tortura e morte de inocentes.
Esses religiosos também ajudavam muitas pessoas que eram perseguidas pelo extremismo do governo. Como consequência, muitos deles não escaparam das sessões de tortura e foram mortos pelas mãos de militares.
Todavia, um dos maiores movimentos a favor dos diretos humanos foi resultado da ação do dom Paulo Evaristo Arns, do rabino Henry Sobel e de Jaime Wright, pastor presbiteriano. O documento, que foi feito de maneira clandestina entre 1979 e 1985, revela a repressão que o Brasil sofreu naquela época.
8. Somente quem pegava em armas era morto pela ditadura
Muitas pessoas creem que a ditadura não fez muitas vítimas, apenas matavam pessoas que pegavam em armas. Todavia, muitos dados mostram o contrário, como é o caso do genocídio indígena que ocorreu durante a ditadura militar, quando mais de oito mil índios foram mortos.
De maneira análoga, jornalistas e governantes que se mostravam contra o regime também eram mortos, como Rubens Paiva, ex-deputado que foi torturado pelos militares no intuito de chamar a atenção do líder opositor Carlos Lamarca, para que ele também fosse capturado. Seguindo o mesmo pensamento, outros profissionais foram torturados e mortos nos porões do Centro de Operações de Defesa Interna, como Vladimir Herzog e Stuart Edgar Angel Jones, filho da estilista Zuzu Angel.
9. Nenhum militar foi contra o governo extremista
Da mesma maneira que nem todas as igrejas apoiaram o regime, o mesmo ocorreu com os militares. Alguns, até mesmo, apoiavam João Goulart e concordavam com as reformas de base. Mesmo que o contragolpe nunca tenha acontecido, alguns militares eram abertamente contra o governo, como aconteceu em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Devido ao movimento de oposição, mais de 7.5 mil militares foram torturados e mortos. No ápice das repressões, os serviços da ditadura também procuravam influências comunistas dentro do próprio exército.
10. Greves e passeatas não eram presentes na ditadura militar
Ao assumir o poder, os militares propuseram muitas repressões, inclusive as manifestações. Isso fez com que muitas pessoas perdessem a voz nos primeiros anos do regime. Com esse tipo de censura e com os sindicatos ocupados por homens que apoiavam a ditadura, os direitos trabalhistas foram cada vez mais reduzidos. Dessa maneira, as passeatas não eram aceitas, mesmo que em pequenas proporções.
Entretanto, as manifestações tiveram início em 1968, com o assassinato do estudante Edson Luísa de Lima Souto durante um tiroteio no restaurante Calabouço, centro do Rio de Janeiro. Devido ao ocorrido, o movimento estudantil organizou uma manifestação e foi à rua, a qual ficou conhecia pela Passeata dos Cem Mil.
Com essa iniciativa, esses movimentos começaram a aumentar, até que foram repreendidos pelo AI-5 no governo de Artur da Costa e Silva, o período mais sombrio do regime militar."(aventuranahistoria)
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