quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Descoberta Provoca Frisson na Paleontologia Brasileira


Paradinho”, grafismo encontrado na Lapa do Santo, em Minas Gerais, pode ser a gravura rupestre mais antiga das Américas, com mais de 10 mil anos.
"Uma figura de 30 centímetros de comprimento e 20 de largura, cravada numa pedra em Minas Gerais, pode ajudar a explicar como se deu a ocupação humana das Américas. Trata-se do mais antigo petróglifo — leia-se: gravura talhada na rocha — conhecido no continente. Sua divulgação hoje, na revista “PLoS One” ressuscita uma antiga polêmica: como e por onde chegamos aqui
  Por que a gravura de “Paradinho” é importante?
Recentemente, foi encontrada no sítio arqueológico de Lagoa Santa, em Minas Gerais, uma gravura talhada em pedra com 30 centímetros de comprimento e 20 de largura. A rocha onde está gravada a figura estava abaixo de uma fogueira, cuja datação do carvão é de aproximadamente 9.500 anos.

De acordo com a equipe do bioantropólogo e professor da Universidade de São Paulo, Walter Neves, a figura possui cerca de 10.400 anos. Ou seja, seria a gravura rupestre mais antiga das Américas. Mas por que essa descoberta é importante, professora?
Fácil! Paradinho, como a gravura foi denominada pelos pesquisadores, pode ajudar a explicar como se deu a ocupação humana das Américas. Enfim, nos ajuda a pensar como os seres humanos chegaram até às Américas e qual o caminho teriam seguido. E coloca em questão a Teoria do Estreito de Bering (veja o Mapa abaixo).



Segundo esta teoria, nossos antepassados atravessaram o Estreito de Bering, entre a Rússia e o Alasca, cerca de 12 mil anos atrás. Esta data, no entanto, é alvo de controvérsia. E a gravura rupestre encontrada impulsiona a oposição: ela teria sido feita há até 10,4 mil anos. De acordo com seus descobridores, seria difícil que o homem conseguisse atravessar daquele estreito ao Sudeste brasileiro em menos de 20 séculos, adaptando-se a todos os ecossistemas que estão no caminho."
O Globo - 23/2/2012

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