terça-feira, 3 de julho de 2018

Os Super-heróis e os Vilões como Propaganda Política dos EUA

Será que ainda existe alguém que não gosta de HQs? Estou querendo saber das revistas e não dos desenhos e filmes... Eu sou suspeita, pois já disse inúmeras vezes que cresci lendo os "gibis" e até hoje leio com prazer. Mas, o que poucos sabem é que as HQs foram criadas como arma de propaganda política e não apenas para nosso deleite.

"Os quadrinhos, ao contrário do que as pessoas em geral pensam, não são feitos apenas para divertir o público: eles também demonstram uma intenção e, no caso desta matéria, uma vontade política. Hoje discutiremos sobre alguns dos super-heróis e vilões da editora Marvel Comics e como eles representaram os ideais políticos dos Estados Unidos da América durante alguns momentos cruciais da história recente deste país, reforçando o nacionalismo americano. Para a leitura ficar mais fácil, trataremos de cada contexto político e os respectivos heróis que representaram.

1) Segunda Guerra Mundial:

a) Capitão América: Seu nome original é Steve Rogers. Capitão América é uma criação da editora como propaganda anti-eixo\anti-nazista. Sua primeira aparição foi na edição de março de 1941 (porém, houve uma primeira edição piloto que saiu em dezembro de 1940). 

Na capa, ele aparece “chutando a porta” de Hitler e lhe dando um soco no rosto. Rogers era um menino pobre e mal nutrido de Nova York (referência direta á Grande Depressão que assolou os EUA na década de 1930) que mais tarde se alistou no exército. Apesar de não ter muita força física, tinha força de vontade de sobra, o que fez dele a pessoa ideal para um projeto com o objetivo de criar supersoldados, que fez dele o Capitão América. Ele também possui um parceiro, Bucky Barnes. A parceria dos dois, é uma cópia explícita da parceria de Batman e Robin – estes dois últimos são criações da “rival” da Marvel, a DC Comics. Porém, Barnes é dado como morto após uma explosão em uma de suas missões juntos.

Durante a guerra, várias edições do super-herói foram produzidas com o mesmo intuito, principalmente após a entrada dos EUA no conflito, sendo uma grande forma de alimentar o sentimento nacionalista norte-americano, que estava ainda mais fortalecido durante a guerra. Para representar ainda mais esse sentimento, Steve Rogers nasceu no dia 4 de julho, dia da independência dos EUA.
 

b) Caveira Vermelha: Johann Schmidt é um supervilão nazista e arque-inimigo de Capitão América. Órfão que cresceu em um orfanato e logo se juntou a Juventude Hitlerista e, depois de um tempo, conseguiu ser um dos homens mais próximos de Adolf Hitler. Durante a Segunda Guerra Mundial, dirigiu projetos científicos que tinham como objetivo destruir os EUA. O Caveira Vermelha era o tipo de vilão ideal para o imaginário norte-americano: nazista, de aparência feia, radical e intimidador; uma forma de mostrar ao público como o nazismo era “pavoroso”. Logo ele descobre a existência do Capitão América e faz de tudo para pará-lo. Sua primeira aparição em foi em outubro de 1941.
 

c) Nick Fury: O Sargento Nick Fury, com seu pelotão especial chamado “Howling Commandos” era o exemplo de bravura militar que os EUA sempre apreciaram. Diferente de Capitão América – que era um super-herói detentor de uma força extraordinária – Nick Fury era o típico militar que mostrava bravura em campo de batalha; algo que tinha mais a “cara” das forças armadas norte-americanas. Porém, era um personagem que não foi criado durante a Segunda Guerra Mundial: sua primeira aparição foi em 1963."( Ulisses Condutta - Graduado em História pela Universidade Estácio de Sá)
 Nas HQs, o Nick Fury era um soldado branco, mas "bom, o primeiro Nick Fury da esquerda para a direita é o original, o primeiro a ser criado na Marvel lá atrás em 1963. Ele era um soldado do Comando Selvagem (o mesmo que aparece no primeiro filme do Capitão América) durante Segunda Guerra Mundial e, depois, tornou-se diretor da S.H.I.E.L.D., o equivalente marveliano da CIA, só que para super-heróis. 

Ele não envelhece na mesma velocidade de um ser humano normal, pois tomou a “fórmula Infinito”, que atrasa seu envelhecimento (leia-se: desculpa esfarrapada da Marvel para continuar usando o personagem). Fora isso, ele não tem poder nenhum, a não olhar para você com cara de mau.

A segunda imagem  é a do Nick Fury do Universo Ultimate da Marvel, que é o universo que a editora criou para começar do zero sua cronologia há quase 15 anos (mas mantendo a cronologia normal em separado, chamada de Universo 616). Reparem que o Nick Fury de lá não só é negro como, também, é a cara do Samuel L. Jackson. Quando os projetos cinematográficos da Marvel começaram a aparecer, o estúdio fez uma escolha consciente de usar a versão Ultimate de Fury, provavelmente para se aproveitar da fama de Samuel L. Jackson, e o resultado foi perfeito, como fica claro na terceira imagem."(www.planocritico.com/)
Embora Nick Fury, veterano da Segunda Guerra Mundial, usuário de uma droga que lhe confere longevidade e diretor da SHIELD, seja caucasiano, Mark Millar e Bryan Hitch não só mudaram sua etnia quando criaram Os Supremos, do Univers... - Veja mais em https://cinema.uol.com.br/noticias/redacao/2012/04/28/hqs-x-cinema-7-coisas-que-voce-queria-saber-sobre-os-vingadores-e-nao-tinha-a-quem-perguntar.htm?cmpid=copiaecola

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