sábado, 2 de julho de 2016

A Múmia da Senhora de Cao/Peru

Eu adoro a Arqueologia tanto quanto a História e fico indignada com a proposta da Base Curricular Comum que tirou dos 1º anos do Ensino Médio a História Antiga. Como ignorar as descobertas arqueológicas que acontecem quase que diariamente?

O Mundo Ocidental é herdeiro das Civilizações Antigas e como não explicar para os alunos a riqueza cultural  desses povos? Ah! eles podem buscar na internet, sim podem, mas não fazem, então, nós como professores devemos desenvolver neles o gosto pelas pesquisas  pelos conhecimentos a respeito de outros povos.


"Por Reynaldo Muñoz LIMA, 17 mai (AFP) - A descoberta da múmia da Senhora de Cao, que viveu há mais de 1.500 anos na costa norte do Peru, representa um marco arqueológico para o país. Pela primeira vez, foi encontrada uma mulher que era governante e semideusa, combinando poder e magia, afirmou seu descobridor.

"Esse é um fato sensacional, não houve descoberta semelhante na América Latina. Nós, cientistas, achávamos que o poder era mantido por homens ou chefes militares, mas agora isso muda a história, porque se trata de uma mulher", comentou o arqueólogo Regulo Franco.

A múmia da Senhora de Cao foi encontrada quase intacta em 2005, por pesquisadores peruanos e americanos, no sítio arqueológico de El Brujo, mas a notícia só foi divulgada ontem, em Washington. Segundo os pesquisadores, ela pertence à cultura moche, que floresceu no norte do Peru entre os séculos III e VIII. Estima-se que essa região constitua uma grande reserva arqueológica, onde existiriam 200 construções da cultura moche, com numerosas pirâmides enterradas.

Até agora, pensava-se que na cultura moche a mulher desempenhasse um papel secundário em relação aos governantes, como aparecia na iconografia sobre as cerimônias importantes. "Mas a múmia mostra que nessa cultura havia uma abertura para a mulher, o que muda radicalmente a visão sobre os antigos peruanos, pois nunca antes haviam sido encontrados restos de uma mulher com emblemas de governante", assinalou Franco.
 

Calcula-se que a Senhora de Cao tivesse entre 25 e 30 anos no momento de sua morte. Ela mantinha o poder no vale de Chicama, perto da cidade de Trujillo. O elevado grau de conservação de seus restos permite observar tatuagens em seus braços, tornozelos e pés, em que predominam imagens de serpentes e aranhas, que Franco atribui a seus conhecimentos na arte da magia.


 







Entre os objetos enterrados com a múmia, os estudiosos se surpreenderam ao encontrar duas clavas e 23 disparadores de lanças. Até agora, esses símbolos bélicos tinham sido achados exclusivamente em tumbas de homens da cultura moche.

"A questão é saber por que na sepultura de uma mulher havia armas", comentou ontem o antropólogo John Verano, da Universidade americana de Tulane, durante a apresentação da descoberta.

"Ela não era uma mulher qualquer, e sim tinha um status muito importante e era tratada como uma semideusa, com qualidades particulares e que combinava magia e poder", explicou Franco. Seu status de governante é deduzido por ela ter sido sepultada em um mausoléu decorado com elementos do mundo mágico-religioso dos moches.

O alto grau de conservação da múmia se deve ao fato de os antigos peruanos usarem sulfato de mercúrio, que evita a decomposição e permitiu que as tatuagens resistissem à passagem do tempo. "Nunca antes havia sido encontrada uma múmia tatuada", assinalou Franco.

A descoberta aconteceu após 16 anos de trabalhos de escavação na área. De acordo com o especialista, as pesquisas científicas continuarão por mais alguns anos. "Ainda há muito a ser descoberto", frisou ele."(
noticias.uol.com.br)

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