segunda-feira, 26 de março de 2018

Uma Redação Nota Mil de 2018

Os espelhos das redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 foram disponibilizados aos candidatos na segunda-feira (19). Em 2017, o tema foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. 

Apenas 53 alunos tiraram nota mil nessa edição do exame e postarei aqui a de uma estudante gaúcha de 18 anos. Posteriormente, postarei outras que encontrar para que os alunos possam ler e se preparar para o Enem de 2018.
 

"A educação é um direito inalienável de todos os cidadãos brasileiros. Entretanto, a acessibilidade àqueles que apresentam algum tipo de deficiência configura-se como um grande impasse na inclusão de todos os indivíduos. Com isso, surge a problemática dos desafios para a formação educacional de surdos no Brasil, que cresce intrinsecamente ligada à realidade dos país, seja pela ineficácia das políticas públicas vigentes, seja pela cultura acerca do deficiente auditivo no país.
 

É indubitável que a questão legislativa e a sua aplicação contribuem para o problema a respeito da educação inclusiva. Pessoas portadoras de qualquer deficiência, como a surdez, têm seu direito à educação garantido pela Constituição e pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência. Contudo, cenários como a falta de profissionais aptos a suprirem as necessidades dessa parte da população, assim como a ausência de um maior entendimento dos fatores que impedem de exercerem plenamente seu direito, impossibilitam sua eficiência. Tais legislações apresentam resultados insuficientes, já que não são capazes de possibilitar uma conjuntura na qual a educação inclusiva represente uma opção viável a todos os surdos.

Segundo pesquisas realizadas pelo Inep, sofreu uma diminuição o número de surdos matriculados em escolas da educação básica. De acordo com Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir e pensar. Ao seguir essa linha de pensamento, observa-se que o impasse na promoção da inclusão do deficiente auditivo encaixa-se na teoria do sociólogo, uma vez que, se um indivíduo cresce em um círculo social que inferioriza o surdo e não o trata como merecedor de uma educação igualitária, tende a adotar um determinado comportamento também devido à vivência. Assim, o preconceito da sociedade à inclusão do surdo em todas as esferas da educação, transmitido de geração em geração, funciona como fator "sine qua non" dessa cultura, perpetuando o problema.
 

Visando valorizar a educação inclusiva e criar condições indispensáveis para o seu sucesso, é preciso que o Estado promova a capacitação e a formação de professores para surdos plenamente competentes. Por meio de cursos especializados, que auxiliem no entendimento total das necessidades dos deficientes auditivos que lhes proporcione o aprendizado das ferramentas necessárias para a comunicação, poder-se-á aumentar a inclusão e, lentamente, mudar a cultura rumo à valorização de idiossincrasias e de singularidades."(https://gauchazh.clicrbs.com.br)

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