segunda-feira, 31 de outubro de 2016

As Bruxas e a Igreja

Em pleno séc. XXI ainda existem preconceitos contra as mulheres que se intitulam Bruxas, desconhecem  o poder espiritual que todas mulheres possuem, o chamado sexto sentido. 
Ninguém possui mais poder do que as Mães: "eu acho que você não deve ir naquela festa"; "estou sentindo um aperto no peito como se fosse um aviso"; "não deixe seu copo na mesa"; "não pegue carona com estranhos"... Coisas de Mães...

Na Era da evolução tecnológica, científica e digital, somos obrigados a ouvir de adolescentes comentários só existente durante os anos da ignorância e superstição medieval.! E fico imensamente preocupada com a ausência de um senso critico e busca pelo conhecimento, que possa sanar as mazelas de uma sociedade intolerante e cada vez mais preconceituosa.

E nada mais interessante que começar conhecendo o significado da palavra Bruxa, witch, e que no anglo-saxão antigo, wicca e wicce referem-se a um ou uma vidente, ou aquele(ou aquela) que pode prever informações por meio da magia.

Em todo 31/10, o Halloween americano e o Dia das Bruxas no Brasil, as pessoas simplesmente se fantasiam como os personagens imortalizados pelo cinema para comemorar o quê?Muitos sequer conhecem a História da data e outros torcem o nariz quando ouvem a palavra Bruxa.
 
A bruxa mais famosa de Salém, Laurie Cabot, questiona "como principia a mentira? De que modo começou a imagem negativa da Bruxa? E como se entranhou tanto em nossa cultura que é quase impossível, para algumas pessoas, ouvir a palavra Bruxa sem pensar automaticamente em Mal?
O patriarcado culminou na Europa no séc. IV, quando a Igreja e o Império Romano uniram suas forças. Com Constantino, o cristianismo tornou-se a religião oficial do Império; a guerra contra as religiões nativas foi deflagrada a sério. Santuários e lugares sagrados foram saqueados e pilhados, fontes e poços poluídos, sacerdotes e sacerdotisas desonrados e executados.

O primeiro imperador cristão encarnou pessoalmente a feroz violência que seria desencadeada contra as Bruxas. Jogou viva a esposa em água fervente, assassinou seu filho e seu cunhado, e chicoteou um sobrinho até a morte. 
 
Santo Agostinho argumentou que as mulheres não tinham alma. No séc. XII foi dito que "o homem, mas não a mulher, é feito à imagem de Deus".

Em 1310, no Concílio de Treves tornou ilegais o exorcismo, a adivinhação e as poções de amor. Isso era considerado magia. Os homens faziam feitiçaria. As mulheres, magia. A feitiçaria era aceitável, a magia não. O que a Igreja visava não era a eliminação da magia ou da feitiçaria mas a eliminação das mulheres que as praticavam.
A palavra Bruxa significou diferentes coisas para diferentes períodos da História. Um dos significados adquiridos no final da Idade Média foi o de "mulher". Sobretudo qualquer mulher que criticasse a orientação patriarcal da Igreja cristã. Com os anos, a campanha funcionou: no espírito popular, as mulheres que conheciam os processos da Arte mágica eram consideradas demoníacas.

Como declarou o Malleus malificarum, "se uma mulher se atreve a curar sem ter estudado, ela é uma bruxa e deve morrer." As Bruxas tinham analgésicos, tratamentos antiflogisticos, tratamentos herbáceos, etc.
As mentiras só podem ser usadas para justificar a matança se as pessoas forem induzidas a acreditar nessas mentiras e a agir em função delas. A minha esperança reside em que, quando as pessoas escutarem a verdade, reconheçam as mentiras pelo que realmente são e valem. E a Era das Fogueiras nunca mais voltará a acontecer".(O Poder da Bruxa)









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