sábado, 19 de novembro de 2016

A Falsa Democracia Racial Continua Escravizando o Negro

                                                Profª Claudia N. Sousa Especialista em História do Brasil

Aproveitando o Dia da Consciência Negra eu irei postar uma analise, de minha autoria,  sobre a famosa "democracia racial brasileira".

Durante a Colonização, as miscigenações entre índios, negros e brancos deram origem a três tipos de mestiços: mulato - mestiço do negro com branco; o caboclo - mestiço do índio com o branco e o cafuzo - mestiço do índio com o negro.

As relações interpessoais do conquistador europeu com índios e negros sempre foram marcadas por profundas desigualdades, destacando-se a escravidão como exemplo máximo.

A intensa miscigenação racial não conduziu a nenhum tipo de "democracia". Pode-se, isto sim, reconhecer que as distâncias sociais tornaram-se, no Brasil, mais perversas e insuperáveis que as diferenças raciais. Porém, ambas existem e quase sempre andam juntas.

O ideal do "branqueamento" e o mito da "democracia racial" (isto é, um ativo intercâmbio sexual entre as raças que teria contribuído para uma confraternização sociocultural) são os elementos mais importantes utilizados pela ideologia da classe dominante, para negar a existência do negro na sociedade brasileira.

Desde que uma minoria branca de intelectuais, no séc. XIX, se "interessou" pela causa dos negros, essa mesma elite vem trabalhando para apagar a mácula de 300 anos de escravidão existente no Brasil.

A invisibilidade do negro é acobertada pela sociedade, que insiste em mostrar que no Brasil as raças
convivem pacificamente, sem nenhum preconceito.

Uma reflexão  mais crítica descobre que no Brasil os próprios negros colaboram para essa invisibilidade. Quando eles se sujeitam a política do "branqueamento", estão admitindo também que o racismo não existe neste pais. E mais ainda, com invisibilidade a sedimentação da "democracia racial", em outras palavras, inexistência de preconceitos e discriminação racial torna-se cada vez mais  acirrada.

O preconceito de cor atinge tanto os homens quanto as mulheres, entretanto, historicamente as mulheres negras são atingidas com maior violência. As mulheres negras são atingidas com maior violência. As mulheres negras, desde a senzala, foram exploradas sexualmente. Posteriormente, essa violência foi reelaborada, colocando a mulher negra como sexualmente acessível e moralmente permissiva. As mulatas nos grandes centros como Rio de Janeiro e S. Paulo, são vistas como as mulheres mais belas do Brasil. Nota-se que a mudança da expressão negra para mulata é  uma forma de "branqueamento", de valorização social que reafirma a inferioridade do  negro.

Essas mulheres negras, agora transformadas em mulatas, encontram-se numa posição social de destaque, enquanto objetos de prazer. A sociedade de consumo vende-lhes a imagem sensual, tornando-as admiradas e "desejadas" por estrangeiros milionários e brasileiros da classe média e alta.





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