terça-feira, 22 de novembro de 2016

Naíne Terena - Índia Empoderada

As mulheres indígenas também estão se empoderando cada vez mais em nossa sociedade. E no meio de tanto preconceito, saber que elas também estão lutando por um lugar no "mundo dos homens" é maravilhoso e inspirador.
 

"Graduada em Rádio e TV pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), mestre em Artes pela Universidade de Brasília (UnB), doutora em Educação pela PUC-SP e pós-doutoranda na UFMT no laboratório de Estudos sobre a informação e comunicação na educação. Esse é o currículo de Naíne Terena, que tem usado o meio acadêmico para discutir o papel dos indígenas como protagonistas na educação e na comunicação. A etnomidia é tema constante dos estudos de Naíne Terena, que defende uma apropriação cada vez maior por parte dos povos indígenas de todos os instrumentos de comunicação para a construção e confecção de narrativas próprias. "Vem surgindo muitas iniciativas nesse sentido, de modelos de comunicação, de empreendedorismo, de produção audiovisual e radiofônica feita pelos indígenas, como a Rádio Yandé", explica Naíne que também é pesquisadora do Laboratório de Tecnologia, Ciência e Criação da UFMT. "Existe um interesse enorme dos povos indígenas de se apropriar do registro da narrativa, seja por livro, por filme, no rádio. Além de resguardar o conhecimento, isso nos dá voz. Assim, ninguém distorce nossa fala". Naíne alimenta no Facebook a página "Notícias Indígenas", um apanhado de reportagens relevantes produzidas por diversos veículos e por ela mesma. Em 2014, ela deu início ao "Projeto Territórios Criativos Indígenas: arte e sustentabilidade", que desenvolveu atividades de pesquisa e capacitação em quatro comunidades indígenas de Mato Grosso, com o intuito de projetar estratégias de sustentabilidade e geração de renda geridas pelas próprias comunidades. O projeto é uma parceria entre o Ministério da Cultura (MinC) e a UFMT. Pesquisadores doutores vinculados à UFMT e estudantes indígenas da mesma instituição dão orientação técnica às comunidades indígenas para o desenvolvimento de atividades econômicas com o foco na comercialização de produtos, direitos culturais e patrimônio indígena e captação de recursos que visem o benefício comunitário e familiar. O resultado dos dois anos do projeto poderá ser visto este mês no SESC Arsenal, em Cuiabá, quando as comunidades indígenas participarão de uma rodada de negócios que inclui produtos que vão de biojóias a passeios com foto no etnoturismo. Para além dos trabalhos com foco em etnomídia e empreendedorismo dentro das aldeias, Naíne luta pelo cumprimento se tornou uma da Lei nº 11.645, de 2008, que prevê a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas brasileiras. Segundo ela, são poucas as instituições de ensino que tem cumprido a lei. "Nós temos um problema porque até mesmo os professores não passaram por uma formação específica pra dar esse tipo de conteúdo, os materiais didáticos são fracos. O professor não sabe como colocar essa temática dentro da sala de aula. Estamos lutando para que isso não se torne uma disciplina optativa". (www.ebc.com.br)

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